quarta-feira, novembro 15, 2006

A Porta Mágica.


Meus olhos me traem de vez em vez em quando, contudo sei que não é sempre, graças a Deus ou coisa do gênero. Cansado prostrado em cima da cadeira deixava ler todo o jornal para saber as merdas do mundo. E nada como umas tragédias para começar o dia. O espetáculo da mídia se transforma na nossa mais saborosa sobremesa de nosso café da manhã antes de sair ao trabalho. O real disfarçado de imaginário e o sadismo travestido de curiosidade. Curtia a leitura nas falsas máscaras de políticos e celebridades. Mas quem não constrói máscaras? Será mesmo tolo aquele que é totalmente sincero? Ou a honestidade tem sua vez? Perigoso e necessário seria a resposta, pelo menos pra minha personalidade construída. Então assim vou me fodendo. Contraditório não? Joguei o jornal extravagantemente no chão de casa quando já ia batendo a porta. Sai no corredor do apartamento em que moro, sentindo umas altas batidas de musica vindo da casa do vizinho, que mora em frente ao meu. Fiquei esperando calmamente o elevador, enquanto que de esguelha observava a porta do vizinho, entreaberta e com luzes saindo em flashes lá de dentro. Caminhei com cautela e pela fresta dei uma olha de relance lá para dentro, resolvi ser intrometido mesmo. Estava tudo em um mundo paralelo. Eu não acreditei nem que estava indo pro escritório, pensei ainda estar dormindo. A musica era eletrônica e bem envolvente, me deixei levar. Fui entrando no ritmo da musica, ela crescia cada vez mais, embalando meus pensamento e ditando meus passos, a alegria vigorava cadê vez mais, os quadris se animavam enquanto os pés pareciam descalços. Fechei a porta atrás de mim e olhando pela cozinha para a sala fiquei um pouco invejoso confesso, eles haviam deformado a forma original do apartamento, a sala estava bem maior que a minha, o que me fez perceber que a sala era todo o apartamento. As janelas estavam fechadas, lacradas e cobertas por toldos espessos que não permitiam o contato com o céu límpido de hoje. Tinham umas vinte pessoas lá dentro, todas pulando animadíssimas. Fiquei realmente chocado com a cena que nem percebi a minha boca aberta. Confesso que o melhor ainda não tinha acontecido, mas senti que estava bem próximo da felicidade dentro daquele ambiente. As pessoas nem notaram minha presença, continuavam em seu mundo paralelo de alegrias, de sublimação da existência de outros seres e da própria tristeza. Caralho como a música era boa, tinha vontade de fazer tudo nessa vida. Até já havia ouvido que o som interfere na nossa forma de pensar, de ver as coisas, de sentir a sensibilidade ao seu redor, de querer cantar algo, de ser poeta pelo simples fato de existir, do amor e das lágrimas que nos impulsionam pelas vielas do cotidiano, até mesmo na fé das pessoas...Mas isso era realmente empolgante. Comecei a pular e a entrar na sala, sendo que finalmente notaram a minha presença. Eu só queria pular dançante, sentindo o calor controlar meu corpo. Comecei já tirando a gravata e a jogando longe, partindo logo depois o terno, a camisa puxei pra fora podendo assim ficar com os braços mais soltos. Inebriante estar ali sufocado pelo suor que já transpirava na camisa, fazendo contornos de gotículas pelo dorso. Meu sorriso contagiava ainda mais a todos, deixava ali transparecer toda minha alegria, abandonei qualquer culpa aparente. Tudo que não existe significado próprio, ganharia qualquer que fosse sua forma, indefinida ou não, um sentido:
- Hei cara, quem é você? – averiguou uma das pessoas sem deixar de se mexer um minuto, além de nunca perder o sorriso.
- Não sei ainda...
- Alá galera, o Carlos veio!
- Boa Carlos! É isso aí!
- É o Carlos? Não acredito estava esperando você há séculos. Onde você estava que não aparecia meu querido!
- Caralhooooo! Huhuuuuuuuuuuuuuu!
- Claro que sou eu, não falei que vinha? – Alguns urros estavam tentando superar a altura da musica dentro da sala, o que realmente era impossível, entretanto mesmo assim as pessoas gritavam os sentimentos que as impulsionavam para a felicidade. Claro que eu nem sei quem era Carlos, mas não importava quem eu era realmente, podia ser quem eu quisesse. Nós todos continuávamos dançando e mexendo junto com a terra. Cada nota era um passo novo, um jeito inovado de mexer, de saltar com ritmo, era sublime. A sala girava violentamente sobre meus pés incansáveis. Uma língua me calou e enfiou a boca dentro da minha, gostei daquele chupão inesperado, fiquei extasiado e com os sentidos renovados pelo tesão. A Loira que me beijava, colocou uma mão atrás da minha cabeça e forçou de contra sua pessoa, enquanto a outra mão acariciava minha bunda. Com leves mordiscadas em meus lábios ela me larga no meio da pista e vai a um canto, pega dentro de uma jarra cheia de cápsulas, pastilhas e tabletes um de seus conteúdos e volta, cheia de exaltação. A Loira coloca um ácido na minha boca e volta a pular me encarando sorrindo. Claro que o efeito não surgiu de imediato, fiquei ainda um bom tempo torcendo pra onda chegar logo e me levar embora em suas ondulações, queria altos tubos. Balancei a cabeça segurando-a com as mãos. Não queria sair voando. Minha vista estava um pouco tremida, danificada pela droga, ou era apenas minha imaginação? Agora realmente não saberia dizer se era tudo um sonho. Apenas deixava minhas asas voarem em direção ao som, como um inseto da luz que zanza em círculos diante a luminosidade, mesmo que aparente. O perigoso é a vela em cima de uma bacia d’agua que atrai e mata os mais desesperados. Senti uma alegria absurda exalar de meu peito, não tinha limites e nem fronteiras. Estava em colapso com tantas explicações sobre o que é a arte e toda sua plenitude da ostentação de beleza. Abri os braços e comecei a voar em um mar de rosas perfumadas de júbilo, os urros dominavam meu estômago, pela primeira vez me senti vivo. Os monstros não poderiam me pagar, jamais poderiam descobrir o verdadeiro valor disso. O leão urge diante a neblina de paradigmas desnecessária. Continuei com os braços abertos e pulei pela janela, estava voando pelos céus de minha cidade, via tudo do alto, as pessoas correndo apressadas na voragem do cão, os prédios e todo o mundo urbano em chamas, o vento ascendendo em meu rosto. Flutuava sem direção e desviando dos prédios que surgiam em minha vista, tudo velozmente, ao desviar de um prédio em alta celeridade, logo me surgia outro. Quando percebi realmente o que estava acontecendo é que me deparei com a realidade. Aquilo era um formigueiro e suas malditas formigas enquanto eu voava pelos céus despreocupado... Ai... O vento aliada a liberdade de movimentos são fodas. Comecei então a pisar em algumas formigas, esmaguei várias com vontade. Chutei alguns formigueiros destruindo estradas longas de formigas. Estou invulnerável no meio do caos. Claro que as formigas não deixariam de reagir, subiam por todo meu corpo se alimentando de minha carne suada. Pulei cada vez mais alto no meio da pista. Tornando-me o próprio regozijo em pessoa, não havia nada além a alegria. A Loira vendo meu estado se aproximou, só que desta vez não a deixei me beijar, agarrei seus longos cabelos como crina e comecei a chupar sua boca despudoradamente. Suas mãos passeavam por todo meu corpo, apertou com força minha bunda e a outra meu pau. Uma morena igualmente animada veio se unir a nossa festa, só que não era nossa, era de todos. Não demorou muito para as pessoas do festival começarem a se beijar, um verdadeiro redemoinho de mucos e babas que começou a infestar o ambiente. Tirei a camisa e a calça, fiquei de cueca um pouco, não queria me afobar. No início achei que as pessoas ficariam me olhando, julgando e observando, querendo saber como é o meu corpo. O engraçado é que pouco se foderam, estavam todos ocupados com paus e bocetas em suas bocas, começou uma roda de sexo oral um pouco descontrolada. Percebi que havia mulheres com paus de plásticos e paus reais, ou seja, alguns travestis. A Loira se agachou e abocanhou minha pica com vontade, chupava com sofreguidão, ela pelo visto adorava chupar, deliciava-se com o odor e o gosto, não parava um segundo de gemer e lamber. Fazia sumir em sua boca toda a pica, senti sua garganta encostar a cabeça do meu pau. Claro que estava bom, mas ficou ainda melhor, a morena não se fez de tímida, e tirando a cueca até os meus joelhos, abriu minhas pernas, me inclinando um pouco pra frente, enfiou bem fundo a língua no meu cu, babava muito, senti a saliva escorrendo pelo saco, percebi que era muito difícil de segurar; gozei de imediato. A Loira não tirou a piroca da garganta pra eu ejacular, a porra escorria de sua boca, uma porra densa e abundante, gozava muito realmente, a mulher com o falo na boca parecia regurgitar o meu sêmen. Puta que pariu, era muito gostoso isso, nem por isso as duas deixaram de me chupar. Comecei a curtir as duas se deliciando com meu corpo e a visão do ambiente. Virou uma verdadeira putaria, Algumas mulheres cavalgavam em seus respectivos parceiros, umas levando de quatro por trás abriam ainda mais as ancas para receber tudo, alguns travestis já sodomizavam homens enquanto estes simultaneamente chupavam paus de plásticos de algumas mulheres. Um trio de meninas faziam um circulo de chupadoras infernais, arregaçavam bem as pernas e a boceta levando dedos e línguas pelos buracos. Alguns homens acabaram se punhetando entre si. O perfume animava ainda mais a festa. O cheiro da viscosidade, da transpiração ofegante, dos gemidos abafados pela música, não conseguia me conter em um único pensamento. Voltei a me direcionar pras minhas mulheres, e nem percebi como tinha chegado àquela posição. A Loira com o cu arregaçado, na posição de quatro, e a morena abrindo bem a bunda daquela, segurando firme a nádegas e puxando em direção opostas as bandas. Abria muito aquele rabo, uma delícia, enquanto eu socava fundo. De tempo em tempo, tirava o caralho do cu, chupava e enfiava de novo com o máximo de zelo. Uma Travesti bem linda e feminina que enrabava um maluco, deixou-o de lado e veio me beijar, não parei de comer aquela guria. Era uma boca áspera, mais agressiva, a língua um pouco mais violenta, sentia-me um pouco invadido pela traveca, mas nem por isso o mandei embora, a deixei ali me beijando. A Travesti foi direto na minha bunda, ficou lambendo meu cu com a sua grosseira língua. Uma das mulheres com um pau sustentado por um cinto de couro, amou a cena que viu e veio se juntar a nós, enquanto a travesti agora abria bem a minha bunda. A Dama penetrou meu rabo com suavidade, a saliva e o tempo em que fiquei levando linguadas havia preparado e relaxado bem meu cu. Não demorou muito e já estava sendo estocado com vigor por aquela Dama, mas nem por isso deixei de meter na minha Loira, que bunda apertada. Em seguida um casal que trepava em fortes cavalgadas no sofá, levantaram-se e vieram se juntar a nós, colocando na cara da loira o coito, e esta passou a chupar com veemência a entrada, a junção do pau na boceta. A animação não abandonava nossas idéias, a fantasia ditava o sexo. Ao mesmo tempo em que enfiava meu cacete naquela bunda, a Dona deslocava um pouco seu quadril para trás, para meter fundo seu pau de plástico na medida em que eu mexia minha anca na direção dela. Abdicando os pudores e travas de um mundo cínico, outra formosa Jovem de cabelos curtos deixou o trio feminino que se chupavam ao chão. Eu metia de joelhos na loira, enquanto a Jovem inclinou-se totalmente colocando suas mão ao chão, e mantendo-se de pé, deixou nítida sua boceta rosada, cheirosa pingando para o meu prazer. Sorvi com todo meu amor a uma xoxota daquelas, seu líquido de excitação confundia-se com o da minha boca, o sabor adocicado ascendeu meus hormônios e comecei a meter e levar mais forte. Um Homem que fodia incansavelmente uma Linda Garota, pegou nas mãos desta e veio arrastando pro nosso centro, todos queriam fazer parte desta união. Pegou seu caralho meio torto e enfiou com vigor no cu do Travesti que abria meu rabo. A Travesti não esperava e soltou um grito misturado com gemido. Não querendo ficar de fora a Linda Garota abriu o traseiro do marmanjo e se pôs a chupar o cu. A Morena continuava abrindo a bunda da Loira e sorrindo extasiada. Seu traseiro estava totalmente aberto e convidativo a qualquer um que se dispunha a meter. Bem ao lado estava uma Coroa com um consolo de cinto, fodendo uma outra Trava, a medida em que esta já louca com o cacete duro se punhetando enquanto era enrabada. A Coroa largou a Trava e encaixou na Morena, gemeu baixinho sacanagens eu sua orelha. A Trava louca de mastro duro, levantou atrás da Coroa e engasgou a pica até as bolas, e tão logo agitou freneticamente sua cintura, sentiu mais estocada em seu ânus. Um dos caras bi sexuais que ao canto fazia um meia nove com outro homem, deixou seu Parceiro na punheta e foi rasgar a Trava. Não querendo ficar de fora, o Parceiro bi sobe em uma dos descansos da poltrona e enfia sua pica na boca do homem. Uma das outras mulheres que haviam sido abandonadas pela formosa Jovem, aquela que formava o trio infernal, emboca atrás da Dona que metia em meu traseiro, deitada com as pernas abertas e sorvida por sua cúmplice com a bunda empinada. A Ruiva tatuada que metia os dedos no cu de um outro senhor, e este introduzia ferozmente na xota de uma Adolescente, saiu em busca de novas aventuras, começou a rodar todo o alvoroço criado pela conjunção carnal desenfreada. Ao se deparar com a nádegas arrebitada de uma das Infernais, começou a dar uns tapas de leve na bunda avermelhada da cúmplice chupadora. Claro que a medida em que se imprecionava em sua situação de maestria, de condução da vontade da Cúmplice, empolgava-se cada vez mais e falava ordens quase inaudíveis pela música, do mesmo modo que aumentava seu sadismo, suas necessidades de satisfazer seus desejos mais obscuros e indecifráveis conjugados a violência. Puxava o cabelo da cúmplice e a forçava sugar com vigor a xana que se deleitava. Os tapas atingiam todo o corpo, contudo a bunda era a mais agredida. A Cúmplice acabou por se descobrir nesta posição submissa, obedecia com o mais fiel dos louvores. O Senhor sentindo falta das dedadas, segurou a Adolescente no colo e se juntou a aglomerado de pessoas. Ficou fodendo a ninfeta em pé e com a bunda ao lado da Dona que me penetrava, esta sem dó passou a cutucar com os dedos o cu saudoso do Senhor. Deitado em um dos cantos da enorme sala, um homem andrógeno tatuado se masturbava ao mesmo tempo em que enfiava um consolo no rabo. Deixou o vibrador na bunda mesmo e foi chupar o coito de alguém. As mãos mais levadas ao perceber o vibrador no rego do Andrógeno, violentavam-no com o mesmo. A Ruiva tatuada já praticava um fistin em sua obediente Cúmplice. O recinto tornou-se uma massa de carne viva se contorcendo. Os gemidos orquestravam uma sub música, sendo envolvidas pelo som eletrônico que continuava a bater de contra os corpos suados, melados de gozo e mucos; porras em geral. A Lascívia foi saciada depois de longas esporradas, gritos, convulsões e tapas na cara de alguns. O cansaço apoderou-se dos corpos. Posteriormente a um breve descanso de minutos todos ali envolvidos começaram a se mover. Certas pessoas começaram a colocar algumas vestimentas, estavam um pouco inebriadas de prazer, mas não queriam continuar nus jogados pela sala, e o som animado ainda tocava sem freios, e foi precisamente este maldito som que desencadeou todo este espetáculo, e mesmo diante todo o meu cansaço, ainda tinha forças pra dançar, e todos se levantaram no mesmo ímpeto, renascer a festa. No meio do surto inquieto percebemos uma mulher de cabelos levemente tingidos de loiro se aproximar pela porta da cozinha, seus olhos estavam curiosos, e tão curiosos quanto assustados. Contudo nem por isso um sorriso sutil deixou de sair de seus lábios:
- Hei Lindona, quem é você? – Tomando a iniciativa perguntei a ela olhando em seus lindos olhos azuis. Trazia simplicidade e uma alegria contida perceptível em seus movimentos retraídos.
- Eu estava andando pelo corredor...
- É a Maria, ela chegou – Gritou a Trava mais animada, puxando Olhos Azuis para dentro da festa. E a música fez o resto.

5 comentários:

Anônimo disse...

Pedro, acho que comecei pela sua obra mais polêmica.

Eu teria que ler este texto ainda umas 3 vezes para entender o formato da massa humana que você criou. A variação brusca entre a decisão libertária do seu personagem e total perda dos sentimentos relacionados a culpa e pudor é chocante.

Há o que se explorar, que o diga João Ubaldo Ribeiro.

Anônimo disse...

Explorar o maior dos desejos e os assuntos mais difíceis, nos seus contos, parece moleza.
Muito bom.

Anônimo disse...

Grande festa, Pedro!! Puta texto!!
Beijos

Anônimo disse...

É, vou ter mais cuidado quando ouvir essas músicas na casa de alguém...
Obrigada por me alertar!

Anônimo disse...

O que a curiosidade não faz com o ser humano?

Uma simples porta entreaberta, um som diferente e o palco foi estabelecido para a peça e os atores convocados para o grande final.

Maria, José, Carlos, tanto faz. O que importa é que essa massa nunca vai parar de crescer.

Bravo menino!