quarta-feira, março 11, 2009

Tudo se voltará ao nada.








O tempo é democrático
O mais
E talvez único acontecimento democrático que circunda os homens
Seu hálito encanecido nos saúda todas as manhãs
E nada além da eternidade para dizer;
É chegada a hora de todos renascerem.
Não existe fuga,
O tempo nos mostrará todas as verdades que fingimos não ver.
A escolha senil de não fazer nada,
Apenas desejar ir de encontro ao fim,
Não trará a piedade do tecido.
Deixe-se sentir,
Deixe-se provar.
Amanhã as palavras irão sumir e não trarão sentido,
Tão pouco respostas,
E não pense esperar significados nos olhares dos que lhe julgam.
A letra da canção continuará em suas melodias indecifráveis,
Mesmo perdido poderemos nos encontrar em pequenos atos,
Minuciosos toques,
Sutil.
Pergunte a primavera se as folhas cairão no outono,
Pelo menos questione se o sol brilha por ti.
E a confusão é a chave de qualquer ordem,
Ouvindo a perdição do contemporâneo.
Fortalecendo as fronteiras imaginárias do caos.
A responsabilidade não é a culpa de carregar os cativados,
E assim que o vazio se tornar completo
Deixará uma nódoa de lágrima esquecida no canto da bochecha.
Poderemos rir para amenizar a dor,
Talvez até gargalhar,
Contudo cedo ou tarde não poderemos voltar como fomos um dia,
Não é fácil envelhecer,
Não é difícil aprender a viver,
Apenas tenha consciência de que a verdade sempre é dita,
Mesmo depois de sua ida,
Ainda falarão de ti.
Não se esqueça de se despedir aos poucos de todos,
A cada dia é um dia perdido,
Uma fração a menos do seu universo que se esvai.
Contudo,
Ainda podemos ter a certeza de uma única afirmativa,
Mesmo que lhe tirem tudo,
E mesmo que a vida lhe fuja aos poucos a cada milésimo de segundo,
Tudo se voltará ao nada,
Enquanto o nada renascerá em tudo.