sábado, maio 31, 2008

Dramaturgia Orquestral.





As formas foram feitas para serem moldadas conforme as necessidades,
Eu não consigo mais sair do lugar,
Habito a terra sem sentido de ser.
Eu movo as pernas angustiadas,
Tentando me livrar da densidade que me contém,
E acabo afundando em novas aflições.
Talvez eu goste deste sentimento insano e nefasto.
Faz tempo em que me vejo sozinho,
Sem formas,
Sem molde aparente.
A facilidade com que me perco faz tudo parecer um labirinto,
Disforme; cheio de saídas que me levam à lugar nenhum.
Até a sua voz eu perco no meio de tanta dramaturgia orquestral.
Perco as esperanças quando me deparo com o passado,
Pior talvez o futuro,
Contudo o presente é um gozo sem fim.
Pode não ser o certo, talvez,
E mesmo até ser a pior escolha dentre tantas e infindáveis.
Porém são nelas que me finquei,
E são nelas também que me afundo cada vez mais.
Preciso tanto de uma mão,
Preciso tanto,
Que talvez você se perdesse comigo nesta imensidão sem fim,
Nesta voragem,
Neste redemoinho que não cansa de circundar minhas entranhas.
Eu volto ao passado e me pergunto: o que eu faço ali?
Deixando-me levar por estas ondas que me tragam como um vinho amargo,
Quase vinagre.
Erga-me sua mão,
Ou até mesmo seu corpo.
Ajude-me a sair de mim mesmo;
Desta enorme confusão,
Deixando transparecer todas as formas de quaisquer necessidades.
E que a lembrança seja apenas um gozo sem fim.

sexta-feira, maio 30, 2008

Vãos Segundos.







Por mais que eu tente
Os segundos vão
E não voltam em vão

O arfar de uma boca da noite
Insípida pela falta
De todo perfume
em apenas uma rosa
deixada pra trás pela velocidade
Infame das cidades
em meio a lágrima formosa
deixe-me chupar seus quadris
a única paz
que me satisfaz

Por mais que eu tente
Os segundos vão
E não voltam em vão

Não quero chorar
Se não for por você
Deixe-me chupar seus quadris
E lhe mostrar o que podemos ser

Por mais que eu sonhe
Eu sei que as quimeras vêm e me consomem
Atravessando a densa fumaça
Do Skank perfumada
E seu rosto aflora
E despedaça
o vidro de minha doce vida
Estragada

Por mais que eu tente
Os segundos vão
E não voltam em vão

Não quero chorar
Se não for por você
Deixe-me chupar seus quadris
E lhe mostrar o que podemos ser.

sábado, maio 10, 2008

Para Todo Amor; Esta Saudade Sem Fim.





O sol não é mais o mesmo,
Tão pouco a vida em que me vejo.
Prisioneiro de um lugar onde não consigo me mover.
Estou prostrado,
Amarrado aquilo em que fui Rei.
Tornou-se mais fácil perdoar aos outros do que as minhas derrotas.
E sigo amarrado,
Cambaleando entre o silêncio e as folhas que não se movem.
Cobrem nosso nome num banco tatuado pelo nosso amor.
Um amor único
Faz tempo em que não a vejo.
Na verdade nunca mais a vi,
Apenas na memória daquele antigo banco,
Lindo.
Trafego pelos espaços que me restam entre a minha agonia,
Cortante na faca da dor;
E o desespero de sempre sair de um ponto e chegar ao mesmo lugar.
Alguns rostos me lembram à felicidade perdida.
E o sol opaco, ilumina o banco coberto,
Nas sombras do seu desaparecer.
Deixe-me ir,
Não quero mais andar.
Preciso correr de encontro a algo que me salve,
Onde eu possa despertar e esquecer o tempo;
Não passa
Não se silencia em sua boca maldita,
Sempre gritando meu nome,
Chamando-me a seu encontro.
Mas sumiu.
Seu rosto se perde cada vez mais em minha memória,
E mesmo assim,
Perdendo-se no tempo,
Vejo a boca da lascívia colada ao meu quadril.
E todo o gozo se torna lágrima,
Na fronteira entre a fantasia,
Junto às quimeras da realidade,
E o impossível de rever como realmente éramos.
E as folhas crepitam em silêncio,
A cada ânsia do vento de primavera.
As folhas não se movem, assim como eu.
O sol nunca mais foi o mesmo.
Tão pouco aquele nosso banco.
Ainda me lembro bem da tatuagem em que deixamos.
Marcado com violência na madeira.
Para todo amor; esta saudade sem fim.
Que não se extingue,
Apenas me consome a cada suspiro de lembrança.


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Absurdamente Absurdo.

Estes olhos verdes
Embutidos num sorriso de chumbo,
Despertando o que há de melhor
Nos reflexos de minhas pálpebras
Negras, cheias de dúvidas e certezas incertas.
Sou na verdade
Apenas um espelho do ser humano mais ofuscante
Deste astro circundante
Tão cheio de luzes

Meu mundo agora é verde
Da cor dos seus olhos,
Da cor da esperança
Cheios de vida incógnita
Uma dor que nunca se apagará
Ou um rascunho que não vira arte
Fica vazia,
Apenas no rabisco do papel ou na mente
E tudo que é isto
Move meu mundo

A gota de uma lágrima
Esverdeada pelas retinas sorridentes
Emergida da felicidade
Umedeceu meu coração
De lá,
Brotou todo meu amor.
Nem todas poesias do mundo,
Nenhum poeta,
Tão pouco os maiores dos loucos
Junto aqueles dos mais incompreendidos
Saberia exprimir a beleza do meu amor

Aa...As rosas...
Se pudessem teriam seu glamour,
Não só o seu perfume
Tentariam, se pudesse,
Fingir ser da cor de suas retinas

Meu amor é abstrato,
Não é concreto,
Assim suas proporções
São absurdamente tão absurdas,
Não podendo defini-las.
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DESERTO SEM LUA.


O deserto,
Mundo morto sobejo de areias
Só os bichos mais peçonhentos sobrevivem,
Porém
O cacto de esperança sobrevive,
Sempre o último a morrer,
Nunca morre na verdade
Enraizado ante o sol escaldante
A neblina de calor não o toca,
O alicia seduzido,
Fazendo-o quase sumir
Entoando em um suplico suspiro
A brisa lacrimeja uma gota de amor
O mundo sem a LUa,
É o próprio deserto,
Apenas o cacto carrega as ilusões e sonhos
Preenche-me de um vazio
Tão cheio de auguras
Denegrindo minha noite na mais profunda escuridão,
Trevas,
Completa-me de um nada
O mundo sem a LUa
Fenecem as árvores de felicidade
Ramificadas em meu peito
O rufar do coração
Torna-se silêncio,
Não é mundo
A LUa ora por todos
Olhai por aqueles que a amam
Vigia aqueles que a vêem,
Iluminando os caminhos a percorrer
Com toda perfeição harmônica de sua luz,
Emanadas da sublime personalidade,
Sutilmente desenha
Pinta, rabisca em imagens,
O relevo de sorrisos
Percorrido no perímetro da felicidade,
Dos afortunados que a conhecem.
Seu sensível ser
Sangra na ferida do meu passado
O tempo perdido não cicatriza
Minha dor era de não repará-la,
De certo,
Não conhecê-la,
Nunca havia presenciado tamanho milagre,
Um compêndio Glorioso.
LUa,
O prazer,
Todo o tesão de orgasmos
Incontáveis,
Insaciáveis,
O amor que me completa a sacanagem
A língua enche a boca
A vulva perfeita no meu sexo
Da boceta que me cospe a cara
A mesma que me goza a face
Aonde
Cuspo de volta todo gozo
O perfume tragado com mais prazer,
Tudo isto vem da LUa
A razão do meu ser,
Pérvia de sonhos
Prelúdio do amor
Prefácio de bons sentimentos
Tudo aquilo de bom ao me complementar
A satisfação como acabamento,
Conclui o que sou,
Vinda da LUa,
Só da LUa,
Enseja no jovialidade eterna
Assim é meu mundo com a LUa,
E agora,
Luciane,
Dou este meu lindo,
Magnífico mundo a você
Dou-lhe tudo que possuo ou possa vir a possuir
Entretanto
A LUa eu afavelmente
Guardo,
Fico para mim,
Com o mais sublime dos carinhos,
Nesta Saudade que não cabe em mim.