domingo, junho 24, 2007

Futuro; Cálice.


O futuro não se espera
Conquista-se aos poucos no presente
Todos os dias
Através de uma austeridade fiel
Compondo
Filosofando
Estudando na memória daquele passado em que
Com certeza
um dia a felicidade foi a sua principal avenida
e as encruzilhadas que nos perseguem
as erradas que não se asfaltam nunca
terras e terras em uma solidão
onde não encontrará o garrido fio a se segurar
e nem o cálice debulhado pela boca
sôfrega,
de tantas outras bocas,
igualmente sôfregas,
irá amenizar a sensível carne de meus lábios úmidos
a espera de algo que o seque
de fora pra dentro e
de dentro pra fora
com toda sua magnitude
magnificência
esplendor e fausto do que há de mais belo
no amor de minha alma
e vislumbro o futuro
com o rosto virado
e eu mesmo saturo
os cortes que me abrem a mão
fazendo pronunciar
que mesmo isso tudo
a espera do germinar
irá florear os campos e gramados
de uma imagem indeterminada,
mas nítida em todas as cores que completam o mundo.
Deixe cair o peso dos tijolos da culpa,
apenas os anote para não se esquecer;
de que sem os tijolos
os muros também não se erguerão
ficarás desnudo de caráter
e da razão.....................Lobato Dumond.

domingo, junho 17, 2007

NonSenSe.


Os traços da maldade que perfilam a alma do homem,
Trazem o destino,
Não só daqueles que a alimentam,
Porém de outros que estão ao seu redor,
e pequeno se torna,
qualquer um que se aproxime deste fogo cruzado;
entre o perdido,
e aquele que se perdeu,
no meio do produto,
e seus sub produtos
e o nada completo
o espaço que nos destina
bem pequenino
apertado e arenoso,
rodeado de vermes e minhocas
nos acolherá no espírito santo
enjaulado no precipício do nonsense
e a cada passo ficamos mais perto de entender
que o perdido somos todos nós
amputado de razão
pelos argumentos errados
e nada poderá nos responder,
mesmo que alguém quisesse dizer,
a sabedoria que nos ilumina,
e turva água ignorância,
imunda pela insalubridade
de toda burrice
de qualquer estupidez
me atirem
ou me tirem daqui
quero usufruir mais do meu deserto
e nas ondas de suas dunas
Afogar-me em seus rasos oceanos secos
Onde tudo se evapora
E o nada devora seu coração
Cáustico e sem sentido
Esperando algo que não sabe se virá
Mas com certeza contar com isso
Nem o silêncio perdura
Ninguém lhe ouve
nem todos os seus berros
nem mesmo sua respiração
até o suor evapora
e sem sentido
seguimos trôpegos
com um sorriso de desdém
e o olhar debochado............Lobato Dumond.

quarta-feira, junho 13, 2007

Definhar...


Sumi?
Por onde ando eu?
O que faço nestas sinuosas estradas de minhas viagens?

Da minha mente louca?
Ou a poesia arte que me cobre a lágrima.
Sumi?
Será que ando e não sabia?
Estarei estagnado nas rodas travadas do tormento?
Não sei responder.
Meus pés estão aflitos querendo correr
e fico dando voltas em minhas voragens.
Quero amar,
mas odeio o querer.
O desejo que me opõe ao mundo.
Talvez minhas pernas estejam cansadas,
e nem o labirinto,
e suas eternas equações irão me tirar deste tropeço
que me faz cair em criticas
e questionamentos enfermos de minha pobre vida.
Vivo sujo.
Vivo desfiguradamente imundo.
Sumi?
Procure-me o mangue no qual me cerco,
estou definhando,
mas quero renascer,
procurar em volta o sol que me ilumina
aquecendo o vazio que transborda o coração;
e derrama meu sorriso pelos dentes;
e perfila a vontade de viver que me consome.
Sumi?
Ou busco me esconder de minha agonia
Dou minha aflição ao desespero e peço para ele partir rumo à angústia.
Lembranças e lembranças.
Tento apagar algumas que insistem em maldizer
e me desprender de meu presente,
pra viver preso a um passado
e não ver as rosas que me rodeiam.
E eu preciso tanto
Preciso tanto de uma rosa,
Necessito tanto de uma flor
E preciso mais ainda
de você...
Lobato Dumond.

terça-feira, junho 05, 2007

O Telhado E O Violino.


Um casebre de longe no meio do nada,
Os telhados doloridos pela chuva,
Ameaçando ceder,
Ao peso insuportável do tempo
Onde nem o verde a acompanha;
É uma lembrança.
Na qual não queremos mais.
Uma ilha esquecida pela dor.
E o violino de todas as músicas
É o clássico choro da lembrança
Que teima em nos gritar em vão
E corremos, corremos, corremos
Em busca de um teto que nos proteja
E só encontramos o velho casebre
Ainda sujo e cinza
E tão logo
Que o sol se levanta
Ao som do mesmo violino alegre
Partimos na estrada já coberta pela lama da chuva
E o casebre ficando para traz
Some pequenino à visão
E o sorriso que se fingia de triste
Nos faz a máscara da vitória
Escaldante como o sol que faz a poeira dura
E o vento que nos sopra a face
Aquecendo o rarefeito de uma promessa
Que nunca vem a se cumprir
Fazendo o tempo se tornar mais longo
E o desejo umedece o corpo
Acelerando a paixão em forma de intensa veneração,
Suada pelas tentativas de um ato falho,
De um erro inescusável,
Prostra meus pés no arrependimento
Trazendo de volta o maldito violino
Partindo meu coração em nódoas de saudades
Dentre as nesgas da tristeza
Na tentativa de dançar, dançar e dançar
Porém estamos presos as nossas lamas
Já petrificada em barro,
Percebendo que a chuva,
Só a chuva
Poderá nos libertar desta vez
E quando ela vem
É torrente e magnífica
Corremos, corremos e corremos
Pro mais longe e deserto que possa parecer
E vemos lá
No baixo horizonte a promessa de paz
A rendição em forma de lágrimas e nostalgias
O casebre se mantém aceso
Irredutível em sua forma velha
apesar do telhado carcomido,
Perpetua-se mais forte do que seu próprio passado.
E será esta mesma lembrança,
Na qual jurávamos não querer mais,
Aquela esquecida pela dor,
Com seus violinos de nostálgico sofrimento
Molhado pelo choro da esperança
Que nos acolherá em sua tenra terra,
Pois o telhado,
Quem constrói,
Somos nós...................................Lobato Dumond.

domingo, junho 03, 2007

Destino Indomável.


Se você pensa com o coração
O que você sente em sua mente não importa
Mundo pintado em fantasias
Ouvindo o silencio dos olhos de um salvador
Os que não choram
Sofrem de medo
O coro de nuvens e neblina
Choram em chuvas
A vida é santa
Mais santa é a morte
O perfume cadavérico que nos persegue
Puro e indolor
Mas lúcifer também era um anjo
Beleza inigualável e pecaminosa
Continuamos marchando de encontro ao destino
Inevitável e previsível
Curioso é não fugir......................Lobato Dumond.
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Ingênuo.
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A manha triste nos traz a tempestade inspiradora
Sempre distantes da felicidade
E tão perto de uma folia
Contida em sorrisos infantis
Admito que me perdi
Mas achei no tempo em que nos afastamos
As perguntas para todas nossas respostas.

Enche-me de um vazio tão profundo
Que transborda por todas as feridas
Abrindo as cicatrizadas
Fazendo sangrar todas que nuca se fecharam
Lacrimejar anestesia a dor
Escorrendo e limpando a carne
Untando auguras e alegrias

Donde os murmúrios são silenciosos
Ao mesmo tempo
Crispados de sofrimento
Que nem diante de um urro
Seria capaz de descrever tal dor.

Nos separamos apenas na distancia
Por mais longe que estejas
Ainda somos acariciados pela mesma esperança
Aflorados pelo mesmo céu
Iluminados pelo radiar de cada estrela contida de desejos
Nos completando mutuamente
Em cada afagar de uma promessa

Apenas minha ingenuidade
Para não pronunciar inexperiência
Incide no arrependimento
Em tudo que não fiz
Tudo que não disse
Não absorver a melancolia
Emaranhado no profligar da insegurança

Minha paixão escaldante
Dileto de tudo aquilo que senti
Alicia o afligimento
Despertando uma alexia de discernimento
Buscando, almejando algo que jamais poderei cobrar;
O seu amor.
Não posso forçar-lhe a me amar
Apenas esboçar em vida
Toda a felicidade que alguém pode querer presentear a alguém...........Lobato Dumond.
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Oro e só me ouço.
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Deus age certo de maneiras erradas
Onde andas?
Minhas suplicas
Você chegou a ouvir?
Já até gritei ao raso infinito
Profundo
Perdido pecaminoso desespero
Os irmãos,
Nos abandonaram
São inimigos
Esfaqueiam pelas costas
Sangro sem chorar
Mas choro sem sangrar
Deus,
Deus eu disse!
Orai por mim
Ao menos me mande um anjo
Imaculado ou santo
Peço-lhe ajuda
Alegria aflita e dúbia
Não quero mais
Não posso mais
Ter que sofrer para poder rir
Meus pés calejados pelas brasas de vida
Disfarço-me
Vou caminhando pelos becos
Fingindo estar vivo
A verdade sempre surge
Estou morto
Sumi mo meio de tantos
Onde andas meu Deus?
Ou pior,
Por onde andamos?....................................Lobato Dumond.
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Ciclo Sem Fim.
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Eu tenho as respostas para o universo
Tudo não passa dum, de um, de nosso, circulo... Sem Fim.
Com base no infinito
Totalmente sem fim.
O universo e infinito
Engolem-se se aglomerando em si
Nenhum dos dois
Conhecem o destino
Ambos são infinitos
Ambos são universos
Totalmente sem fim
Ambos desconhecem a morte
E ate as mais minúsculas criaturas do universo
Tornar-se-ão partículas invisíveis para dar continuidade ao milagre infinito da VIDA
Isto è Deus.
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Mergulhe em um rio e eu lhe secarei.
Meu templo é o universo que gira no interminável.
Seu reino emana de mim para o universo
E do infinito para mim..............................Lobato Dumond.

sábado, junho 02, 2007

A Luz De Todos Nós.


A palavra morre na boca do poeta, onde renasce na poesia de um recém nascido,
Indo embora em largos caixões ordenados em madeira de lei.
Cara,
mais cara que a própria vida,
Sem sentido na boca de estranhos que babam dementes em busca de sua sanidade.
Somos a formiga do futuro e a luz do passado.
Avarentos orando e pedindo sem nunca se cansar.
Criaturas feitas pelas drogas que a sustentam.
Somos sensíveis,
Tão sensíveis que nos tornamos a própria frieza de ser;
E do ser.
Eternos miseráveis,
Equivalente à transformação da língua e do modo de vida.
E a voz que tumba no peito,
Não se cala na língua profana.
Junto as chupadas vorazes escorando a besta,
Que tudo toca, tudo come.
Mutilados
Meus braços quentes lhe recebem abertos e suados de prazer.
Efêmeros e profundos,
Fortes para segurar os momentos mais secos.
Somos a essências do artista que se perde ante a loucura,
E nem por isso deixa de ser belo.
A música contínua em ecos surdos
Mostrando que a carne é a moradia divina,
Assim como,
A razão sustenta todo maluco,
O maluco há de sustentar a sua própria razão.
Sempre sendo aquilo que ele quiser se tornar;
Onde, aonde e quando quiser.
O tempo é só a sua própria ciência.
Não somos mais do que nós somos,
De nós mesmos.
Mas somos muito mais do que nossos ínfimos limites.
Nos tornamos a luz que tudo ilumina,
E conseqüentemente,
Tudo apaga com seu brilho,
Tornando-se o particular de uma lágrima de felicidade.
A vida não tem limites.
Nem a morte traz seu fim,
Apenas um novo recomeço...........Lobato Dumond.