domingo, agosto 05, 2007

Duelo De Cegos.


Eu vi o cego que se olhava em seus tatos
E achava que enxergava a escuridão
No furor de sua mente vazia
Onde o nada se fez Rei
Via as imagens se esgueirar num raio do pensamento
E a seguiu cego
Insano
Como tal o era
Nada podia fazer se não te cuidar a alma
E no medo de se perder no labirinto
Amarrou uma corda em seu dorso
Mas esquecera de amarrar a outra ponta em algo fixo
E seguiu caminho seguro de si
Não podendo prever o pior
E como sabemos,
Está sempre a espreita.
Largou mão de todos devaneios e viu-se sóbrio
Atolado no pesar da falta
De um mundo inimaginável
A realidade fria o golpeou severo
E catou as cinzas de sua imaginação
Presenteando-lhe com uma linda burrice
E a quietude da resignação
Nesta estrada inclemente junto ao sol
As árvores morrem e abandonam o ar
Quente e intragável
Acontece que mesmo na realidade
Encontramos escondidos
As quimeras que nos salvarão entre as cobras
Dentre as quais
As que voam,
Perderam seu veneno
Pra melhor manter a harmonia da loucura
E nos olhos do cego vimos o sonho morto
Enquanto a corda lhe pendia sem sentido
Não haveria voltas
Apenas o caminhar alucinado,
Alimentada pelas imagens da falta da fantasia......................Lobato Dumond.