terça-feira, julho 03, 2007

E Eu Reencontrei Você...


Saio do túnel de um metrô
Tudo fica claro
E ando perambulando pelas ruas incógnitas
De uma realidade turva
Porém magnífica
Tudo é possível
O impossível é a única impossibilidade
E a luz que me cega me conduz a leves sorrisos
Desfigurando meu rosto
Prostro feliz
Fico trôpego
E minhas pernas dormentes ainda saltam fortes
Tentando alcançar o incomensurável
E nos meus sonhos hão de se materializar
Em formas sinuosas de uma silhueta nua
De mulher
E o metrô se torna lento comparado a minha mente
Veloz
Indescritível como a própria luz que me cega
Tudo passa em celeridade absurda
Busco fechar os olhos já que não enxergo diante da luz
E nas trevas busco minhas respostas
E me vejo com medo das possibilidades
Latentes e tristes
Fecho-me pro mundo e pra sua dor
concentrado como nunca foi
Quando vejo voltei ao túnel
E a celeridade ainda teima em me arquejar
Empurra-me de joelhos
Força-me a uma oração
Muda e tão alta que é impronunciável
As pessoas passam por mim com indiferença
Elas nunca me viram
Não me conhecem e não fazem a mínima do que sou capaz
Pois elas também não se conhecem
E não querem se conhecer
E ainda mais agora
Que me vejo quedado
Sem perspectivas e sem a luz
a qual me flagelei sem
E a lentidão toma conta de mim
E de meus sentidos
Não consigo mais suportar
A solidão que nos aprisiona
Desde os nossos murmúrios ao canto da cama,
Ou os sussurros na janela diante a LUA
Preciso de minha luz
E saio à procura do que poderia ser a minha redenção
Fico ébrio
Acredito na minha felicidade
Acredito nas decepções
pra vigorar ainda mais minhas, sua
e as nossas conquistas
e vangloriar o que o Homem tem de melhor
a capacidade da auto-superação.
O imaginário suplanta a tudo
A porta que me foi fechada
Agora se abre
E algo desaparece em algum lugar
Continuo invisível
Passam por mim como se fosse um vulto
E ninguém me olha ou percebe
Ou nota
Não me toca ou sopra aos ouvidos
de como posso ser importante
mas mantenho-me forte
fincando minhas convicções como baluarte
de todo meu mundo até aqui
e com a face desfigurada pelo sorriso
novamente me levanto,
lentamente pra não perder o momento
é gostoso saborear a alegria
não deixá-la sair dentre seus dedos frágeis
que não suportam nem o peso do corpo
pois suportam a alegria de viver sob a luz
sua luz
saio do túnel de um metrô
a luz me cega novamente
e o tumulto absurdo que se forma
e tudo transforma
conforta meus sentidos
uns aglomerados de pessoas se estremecem com a minha saída
sorriem desfigurando-se
E ando perambulando pelas ruas incógnitas
De uma realidade turva
Porém magnífica
Tudo é possível
O impossível é a única impossibilidade
E a luz que me cega me conduz a leves sorrisos
Desfigurando meu rosto
E o melhor disso tudo
É poder olhar nos seus olhos
E sorrir
Desfigurando qualquer princípio de trevas..........Lobato Dumond.

segunda-feira, julho 02, 2007

Retinas Vazias.





Meus olhos sempre refletem
A imaginação perdida em suas lembranças
Do que poderia ter sido
Ou do que poderia ser;
A nossa eterna busca e união.
Fundido em todo o furor de uma revolução,
acrescido por toda cólera contida em um gesto de amor mais puro,
acima do que eu consideraria,
até meu bem mais precioso,
Minha vida.
Meu caminhar.
E a falta que você me faz
Consome a alvorada de todas as manhãs
E nem se passasse os anos que me restam
Não encontraria ainda
sentido em nada
e todas as músicas ainda terão a sua imagem
em cada milímetro de semelhança
como um espelho que reflete o seu conceito
e faz lembrar o doce de sua boca
fazendo a mente um universo infindável de universos
e todos eles
lá estará você
a espera de um milagre que tornará tudo mais fácil
e deste fenômeno renascer a esperança de um sorriso.
E a falta que você me faz
Consome a alvorada de todas as manhãs.
E sussurra
Quase inaudível nos lençóis d’água
Que me ama
O fervor que alimenta seus passos
Tímidos e despercebidos
E que sempre me adornará
Incondicionalmente
Assim como se refletirá sempre em meus olhos
Lacrimosos de alegria por lhe conhecer.
Busco incansavelmente por sua pele rosada
Macia
Única e cheia de pecados.
Sinto falta até do seu silêncio
Pois em mim você sempre grita
Urra desesperada para lhe encontrar.
Saio pelas ruas da cidade esperando que se cale
Que se esqueça em sua sombra
Inesquecível
Impossível não lembrar do verde
Do brilho que me saciava
da tenra voz que me cobria
a mão que me acalentava
E a falta que você me faz
Consome a alvorada de todas as manhãs
Rasgo os pulsos da razão;
vivo agora na fronteira entre a fantasia
E o irreal
Tenho um único impulso
O de sempre correr pros seus braços
Quietar-me em sua complacência
Fechar os olhos,
vê-la sonhando ao meu lado
e submergir em seus planos.
subitamente meus olhos se abrem
e não mais refletem você,
minhas retinas apenas mostram o vazio
e a eterna lembrança
sempre em busca
do esquecimento,
no entanto
todos os dias me vêm aquele desespero
De que sei que te amo
E de que sempre vou te amar.
E a falta que você me faz
Consome a alvorada de todas as manhãs.................................Lobato Dumond.