
As vozes nunca se calam em nossa mente. Mente descaradamente aquele que jura de pé junto que não ouve vozes em sua imaginação absorta. somos todos loucos. A palavra silêncio não existe, o silêncio converge à realidade desdenhosa, na tentativa de explicação de uma fatalidade inexplicável. Já era tarde quando o jovem Amir saiu de casa em busca de uma quietude em suas vozes mentais. Sempre lhe acharam alucinado e ressabido. Vestia-se de maneira trôpega e descuidado. Não queria saber se diante aos olhos alheios a feiúra de cores esdrúxulas e retorcidas chamariam a atenção pela simples falta de combinação, e diante da calada de sua residência, foi descendo a rua em que morava com invejosa despreocupação. Nem sempre a realidade que nos ronda é a realidade que sonhamos como gostaríamos que fosse. A visão de mundo onde agora habitava sua consciência, pairava entre o ridículo e o infame. Sem talento, sem sorte, sem mulher, sem futuro. Apenas as vozes agora lhe davam a atenção. o Mundo, ó vasto mundo. A rua mal iluminada pelos postes carcomidos pela administração pública, trazia um pouco de limpeza, entretanto só um pouco. Havia tudo quanto é tipo de migalhas no chão. Mas nada disso afetava a tranqüilidade invejosa deste nosso jovem herói. Nada importa realmente, os valores deste jovem não são diferentes das dos demais, os ruídos da violência local não o abalam, a vida é realmente doce e os amargos inevitáveis da mesma, são insípidos a boca destas malditas vozes. O júbilo de festas e orgias, a existência em seu próprio ser, e o copo sempre vazio para se encher. Estes pensamentos estão sempre lhe alimentando a biografia. Não se pode viver mais sem uma boa boceta e um lindo par de seios. É só isso que importa realmente. O júbilo, o gozo, o regozijo. E assim ia Almir quando já estava em frente ao bar de João, onde havia combinado de encontrar com uns amigos; filhas da puta, vocês estão ai há muito tempo?; nada, nada, vai sentando ai, João desce mais uma aqui!; O bar estava razoavelmente cheio, pessoas tudo quanto é tipo se encontravam ali, não havia muito distinção de raça, credo ou cor espalhado pelo bar, apenas um grande maldito liquidificador onde se podia dizer, “puta que me pariu, parece um amaldiçoado zoológico”. Almir sentou-se ao lado de Cristina, uma antiga amiga de faculdade. Este grupo conversava sobre tudo, mas tudo mesmo, entre a prazerosa e pacifica futilidade, até grandes acontecimentos notórios de vasta repercussão mundial. Além de Cristina e Almir, também estavam a mesa, João e Manuela. Almir não se conteve e cortou os assuntos anteriores, que provavelmente era sobre a influência das drogas no sexo. De como é bom foder durante horas sobre a influência de alucinógenos; Caralho, acabei de ter um sonho muito louco, sinistro, acordei meio estranho, um sentimento medíocre de culpa, não sei bem; Almir falava um pouco alto, passava um pouco realmente de transtorno em sua voz; sério Velho? Sonho é uma parada muito sinistra, né?; Manu ininterruptamente tivera uma queda por Almir, olhava-o sempre de soslaio, admirando sua beleza feia, quando este não estava reparando. Almir continuou; Este meu sonho foi foda realmente, acordei me sentindo realmente estranho, nunca havia me sentido assim; Sim claro, continue; João em todas as conversas se mostra impaciente; Bem, como ia dizendo; Completou Almir. Sua fisionomia se mostrava um pouco questionativa; eu to muito transtornado, eu sonhei que tinha por volta dos seis anos, e claro que estava com outros amigos de seis anos e que desde então mantenho algum tipo de contato e estávamos todos com nossos respectivos pais obviamente; mas que porra de doido em cara; hi Cris, o pior ainda esta por vir. Por que isto fez eu perceber de como esta merda de tempo é devastadora e impiedosa, pois fez eu notar de como não valhamos o cu que cagamos; uma pomba zingrou o ar; hahahahaa, você é muito doido Almir; que isso velho, para com isso; Resmungou Manu, enquanto Almir continuava em seus transtornos; sério, eu to falando cara, até ontem eu tava fazendo doze anos, e quando você sonha que tem seis anos e não sabe nem tirar a merda da bunda, totalmente desconcertante; um ponto você tem razão,Velho, a gente não lembra que envelhece, só vê quando já está velho, mas acho bom nem pensar muito no assunto, é meio deprimente; Manu é uma destas baianas arretadas; é mas o sonho não para ai. È como eu disse, quando vemos, já estamos crescidos e limpando o próprio cu, e eu havia crescido totalmente. Lá pelas tantas, eu e meu irmão assassinamos alguém, uma velha decrépita. Nós matamos esta mulher simplesmente pelo fato dela ser muito velha, como se ninguém fosse notar que ela sumiu. Ela dava muito trabalho; Sinistro hem brother, eu que não falo mais contigo, por que pelo visto sou igualmente inútil pela sociedade, hahaha; A própria mesa se torna uma gargalhada; Bem, eu e meu irmão matamos a velha a facadas, ela agonizava que nem um porco, e enquanto esfaqueava a barriga da velha o sangue jorrava por todos os lados; Cris tinha uma pequena queda pela Psicologia; sonho bom hem Almir, ele está todo interligado, você criança, depois matando a velha, veja como você tenta matar o próprio tempo. O tempo é esmagador, insuflável, voraz, devastador e impiedoso, no entanto você que o matou; que nada, matei foi uma velha decrépita, hahaha. Em todo caso, depois de matar a velha, meu irmão ensaca o corpo e eu fico responsável de limpar a faca. Eu via nitidamente meu irmão ensacar o corpo. Quando vou ao banheiro vem um tio qualquer meu, meio garotão que fica ali conversando comigo, me enchendo o saco, e eu desesperado lavando a faca, eu tento esconder ela pelo banheiro, só que não a escondo, eu a perco, quando de repente estão todos no banheiro, amigos e familiares, e eu tentando achar a faca. Fico extremamente irritado, tenho que fazer algo sério e todos rindo que nem uns merdas; meu amigo, você tomou o seu remédio antes de dormir? Hahaha; hehehe, seu escroto, em todo caso, quando volto pro quarto, a velha já esta ensacada. Meu irmão está terminando de passar uma corda em volta do corpo todo enrolado por um saco plástico, assim como alguém para a porta, não me lembro quem, lembro só do vulto, e meu irmão sentando em cima do corpo pra disfarçar; hahaha, que doidera esta porra, você esta inventando esta merda agora, não tem nexo; inventando o caralho, justamente por não ter nexo é que concretiza mais um sonho.