quarta-feira, outubro 26, 2011

A Química Das Quimeras.






















Acordei com o olho cheio de remela, não sei quanto tempo eu dormi, apenas sei que a noite é negra e silenciosa. Preparei um ovo com pão e dividi com a Loira. Ela nunca comia o suficiente, o que me deixava preocupado, parecia muito abatida e melancólica, mas eu gostava do seu jeito inocente. Conduzi-a para a cozinha, e no meio do nosso jantar romântico na madrugada, regado a pães e ovos, joguei-a em cima da mesa e passei a língua na sua nuca. Guinevere se ajoelha e abocanha meu pau. Não demora muito para eu esporrar na sua boca, e mesmo assim, eu queria mais. Passei o braço na mesa e joguei tudo no chão, fazendo um estardalhaço, no que a Loira ri que nem moleca safada. Deita de pernas abertas e eu meto carinhosamente. Nós estávamos em sincronia absoluta, a química era quimera, eu poderia prever todos os mundos e os novos planetas que estavam por vir. Gozo mordendo seus lábios.
- Eu queria ver um filme. – Disse-me numa voz melodiosa.
- Excelente ideia. O que você gostaria de ver? – Pus as mãos em seus seios.
- Você gostou dos meus peitos! Não tira a mão. – Gargalhou.
- Seus peitos tem uma textura engraçada, nunca segurei algo assim.
- são naturais, nunca mexi neles. – eram seios turgidos com um leve toque de pêssego seco.
- Mas qual a boa, eu tenho uma prateleira de filmes ali. – apontei pra estante no meio da sala. – você pode escolher qualquer um.
- Você me lava até lá?
- Tenho que arrumar esta bagunça.
- Não, depois fazemos isso. Vamos lá. – Guinevere se levantou e me puxou pelo braço, e claro, eu não pude resistir. 
- Eu quero ver um filme antigo. Gosto de filmes clássicos. A época de ouro do cinema. São românticos e cheios de verdades. O mundo era diferente nessa época, as pessoas viviam plenamente, apesar de certos conservadorismos.
- Eu gosto muito também sabia, mas queria ver outra coisa.
- Não, vamos ver Casablanca. – Falei com propriedade de um cinéfilo.
- Nada disso, já vi milhares de vezes, eu quero ver, O Clube da Luta. Fico muito excitada vendo este filme, parece filme pornô pra mim. – Gargalhou bem safada. Era uma puta realmente.
- Não to muito afim, mas vou colocar o filme, e ficar um pouco no computador.
- Fica aqui comigo, gostoso.
- Depois, acho foda este filme, mas não to muito afim. Fica aí.
Coloquei o filme e fui pro virtual, altas horas, ninguém aparece, só os mais zumbis da noite. Oscilo entre as comunidades e opiniões diversas. Não conseguia encontrar mais nada para mim neste mundo de mentiras e propagandas do impossível, eu havia encontrado o que faltava para me sentir completo. Estranhamente a outra Guinevere entrou. Não resisti.
- Olá.
- OI.
- O prazo estourou? Seja lá o que isso quer dizer. Risos.
- É que todo processo tem um prazo para se entrar em juízo, e quando ele está correndo processualmente, as apelações também têm prazos. O advogado vive o tempo intensamente, vive correndo contra o relógio, entende? - (Percival está digitando uma mensagem).
- Claro, acredito que médicos também.
- Com certeza. O que você faz acordado esta hora da madrugada?
- Estou sem sono. Fico com insônia de vez em quando, então fico de zumbi on line. E você? Acordadíssima.
- Risos. Acabei de voltar.
- Só na farra.- (Guinevere está digitando uma mensagem).
- Acabei de voltar do escritório, adormeci no sofá e fiquei por lá.
- risos. Jura?
- Sério. Ando acabada. É muita coisa, mais o mestrado. Estou pensando em largar. Nem tava. Risos,
- Falta muito pra acabar?
- Um ano para entregar a tese.
- Deve ser um saco. Eu abandonei este mundo acadêmico, é muito chato.
- Mas você pensou em fazer mestrado?
- Nem. Nunca. Não gosto do Metiê. Muita gente metida. Intriguinhas de ego.
- Verdade, mas eu estou acostumada, o pessoal da justiça é isso e um pouco pior.
- Imagino.
- Conseguiu ler o Sade?
- Não. Risos. Não consigo parar pra ler. Eu até ia começar a ver pela milésima vez, O clube da luta, e entrei aqui e você estava on.
- Risos. Você é dos filmes mesmo. Se você gosta tanto deste filme, devia tentar ler o escritor pelo menos.
- Como assim? – (Guinevere está digitando uma mensagem).
- Chuck Palahniuk. Ele escreveu o livro que originou o filme.
- Não sabia. – (Guinevere está digitando uma mensagem).
- Li alguns. Se quiser eu posso mandar um pra você, do jeito que você é preguiçoso. (risos).
- Porra! Eu ia adorar!
- Então, diz o endereço que eu mando amanhã.
- Barata Ribeiro, Número 54, ap 603, Rio de Janeiro, RJ, cep, 22011-002.
Deve chegar semana que vem. Vou dormir agora, amanhã tenho muito o que fazer.
- Beijão.
- Beijos.
Desliguei tudo e fui pra perto da Loira. O filme rolava intenso, enquanto ela assistia desinibida, cheguei de bicho mordendo o pescoço. Não pedi permissão e já a chupava com os dedos na boceta. Nos fodemos como loucos e adormecemos um nos braços do outro.






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