
Escolha três músicas eletrônicas e siga as instruções ao longo do texto.
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(Mantenha a música Desligada; Completo Silêncio).
O corpo prostrava esguardado ao seu cansaço sobre a cama de um quarto vulgar, escuro e cheia de roupas e almofadas jogadas desconcertantemente ao longo do espaço, deixando transparecer um pouco do que vem a ser a personalidade daquele imóvel indivíduo. A quietude assegura em poucas linhas; as águas paradas são as que têm maior profundidade. As sombras cantavam em volta de seus sentidos, tornando-o absorto em seus próprios sonhos inimagináveis, entre as idéias do que poderia ser o concebível, e na mesma proporção, mas em sentido oposto, a razão de que a existência não passa de um ser vivo insignificante vivendo no interior de uma gaveta fechada. Podemos destarte afirmar que o tempo só passa quando realmente não queremos, ou quando não esperamos por nada, uma vez que quando nos apetece o tempo voando sem demoras, pode ter certeza que este irá demorar o máximo que o próprio tempo puder. Ao rolar em sua cama, ainda no resquício afável do cansaço, era inevitável encarar o relógio de forma tão abissal, não era possível que seria tão tarde; quatro da manhã. Em um vulto de seu reflexo, levanta-se de sua cama com uma agilidade movida pelo descontrole da ocasião, seu corpo que era pesado e grotesco, aparentava agora leve e esguio. Sem delongas, abre a porta de seu quarto e começa a caminhar em seu apartamento, acreditando fielmente que ali haveria de encontrar seu irmão, contudo sabemos que em tal hora, em pleno sábado, aqueles que ficam em casa, ou estão fodendo ou já estão dormindo. Em vão começa a chamar o mano, querendo ainda acreditar na hipótese de achá-lo por ali. O silêncio era a sua única resposta, assim como sua única companhia. Por um instante, abrupta em sua lembrança o motivo de tamanha solidão. Todos haviam saído, e o nosso personagem havia se esquecido do grande evento de hoje – Caralho, a Rave!
A tranqüilidade havia sucumbido a um ataque de formigas queimando em desilusão. A tristeza agora reinava em gotas de conformismo que faziam ondas circulares em um mar de derrota e abandono. Não demorou muito para renascer seu espírito de guerreiro noturno. Não mais se deixando abalar, lembrou-se que no mínimo, a rave duraria até meio dia, do dia seguinte, sendo assim, vestiu uma camiseta qualquer do Hulk, calçou o pisante num segundo, enquanto no outro, já fechava a porta às pressas para em um salto pular adentro do elevador. O local era bem distante, a estrada encontrava-se deserta e tortuosa, no entanto nem por isso deixava de ser uma paisagem agradável, passando por inúmeros bairros, Cosme Velho, Lagoa, Jardim Botânico, São Conrado, Barra e enfim Recreio; a Cidade do Rock. Durante o percurso ficou imaginando de como entraria na festa, sendo que não possui ingresso, dinheiro, ou qualquer outro tipo de recurso para adentrar no evento. Não havia mais tempo a ser perdido, largou o carro no estacionamento e começou a caminhar para a entrada do festival. Era tudo magnífico. O flamejo da luz cegava os sentimentos de qualquer sobriedade de auguras ou abatimento de cansaço. Despertava a vontade de perscrutar todo o cenário inebriante, acoplado ao estrepito desconcertante e urros de felicidade que vinham detrás do Portal. O palco estava armado e lhe convidava ao espetáculo. Em sua caminhada ao improvável, já encontrava dois transeuntes que por ali também trafegavam incertos.
– Opa, tranqüilo irmão. Vocês pretendem entrar também no evento. – Em uma receptividade calorosa, respondem:
– Vamos entrar sim, mas só não sabemos como...hehehe...Estamos sem ingresso e na hora ta muito caro.– O outro, ao qual chamaremos de Matias, complementa: – Mas vamos tentar entrar de qualquer forma – Matias era um Jovem de alta estatura, com ombros esguios, trajando uma roupa larga em seu corpo, folgada em excesso, aumentando assim seu aspecto esburgado. Os três não escondiam o semblante preocupado com a situação, sem dinheiro e com um percurso incerto pela frente, além da companhia nova que ambos acabavam por definir, pelo menos até conseguirem se firmarem lá dentro, não deixando dúvidas de que para quem está se afogando, jacaré é tronco, jogavam-se tortos pelo caminho entre os carros no estacionamento privativo do evento. O coração aumentando suas vigorosas batidas a cada passo que davam em direção a entrada principal. A emoção invadia os poros, obrigando a pele soltar toda adrenalina momentânea que já dominava a imaginação daqueles três indivíduos. (Ligue o som. Mantenha o volume baixo, mas audível).
A Lama já havia tragado quase toda areia seca ao redor, deixando apenas vestígios de ilhas de piso por onde caminhavam os três mosqueteiros. Com os passos largos sempre olhando ao redor, Iam lado a lado e desviando dos carros que ali pararam. Tão logo se viu, já haviam alcançado a entrada lateral, e como se era de se esperar, uma entrada de pessoas exclusivas, em um mundo especial. Tentaram realmente em todos os aspectos convencer aqueles seguranças que eles eram especiais, de que eram realmente valorosos e também podiam entrar por ali. Acontece que não foi o suficiente. Faltava neles alguma coisa que não podia ser dita ali. Enquanto dois de nossos heróis ficaram dialogando com aqueles pobres profissionais, Matias por ser mais impaciente, saiu ao longo do muro para em qualquer caso um pulo não ser má idéia. Não poderíamos deixar de citar que toda à parte da festa estava cercada de muros e junto alguns seguranças, o que dificultaria bastante, qualquer tipo de invasão. Mas não só os seguranças espreitavam os muros, havia aqueles que ali estavam com o mesmo objetivo de Mathias, e não eram poucos, existiam mais invasores que segurança, entretanto quando Mathias debruçou-se no muro para constar suas possibilidades, percebeu que na parte inferior, por todo percurso da parede, se encontrava um guardião aposto. Logo que perceberam a ausência de Matias, os dois foram procurá-lo ao redor, não estava sendo muito frutífera a conversa, o que seria uma perda de tempo ficar parado. A adrenalina logo se solidificou como o centro da motivação, enquanto a música aumentava a inspiração, vinda dos portais de um festival, e cada vez mais infectava aqueles corpos de inquietação aflorados pela ansiosidade. De longe avistaram Matias a conversar com outro segurança, encostados em um carro, paralelo a muralha. Dirigiram-se para lá apressadamente.
– Opa Matias, a gente tava te procurando o porra, sumiu do nada! – Matias desconversou com o segurança quando fora visto pelos companheiros.
– Calma, estava tentando adiantar o nosso lado. Cheguem mais – Logo formaram um circulo e conversavam entre si, e virando pro segurança falou.
– Este aqui é um amigo meu, Rafael. E este é...- Percebendo que não havia se apresentado antes, nosso protagonista tomou a frente.
– ...Me chamam de Lobo. Tudo bem? Ou tudo bom? – Os dentes protuberantes na larga boca de Lobo.
– Bem, estava falando aqui com o Felipe se ele podia dar uma força pra gente entrar.
– Sim, com a atual conjuntura, seria uma ótima na verdade. Estamos meio fodido de grana.
– É Lobo, ta foda mesmo, com certeza que sim, mas já admiti aqui claro que deixaríamos aqui uns trinta contos pra cervejinha...
– ...Cervejinha? Pro vinho, né?
– Calma ai Lobo, eu tenho o dinheiro aqui. – Matias entregou o dinheiro ao Felipe, um tanto quanto inseguro em relação ao método de como entraria, mas confiante de que qualquer forma estaria dentro da festa. Abruptamente a musica salta aos olhos, alimentando o espírito de forma frenética. As batidas formavam um compasso único junto ao coração:
A tranqüilidade havia sucumbido a um ataque de formigas queimando em desilusão. A tristeza agora reinava em gotas de conformismo que faziam ondas circulares em um mar de derrota e abandono. Não demorou muito para renascer seu espírito de guerreiro noturno. Não mais se deixando abalar, lembrou-se que no mínimo, a rave duraria até meio dia, do dia seguinte, sendo assim, vestiu uma camiseta qualquer do Hulk, calçou o pisante num segundo, enquanto no outro, já fechava a porta às pressas para em um salto pular adentro do elevador. O local era bem distante, a estrada encontrava-se deserta e tortuosa, no entanto nem por isso deixava de ser uma paisagem agradável, passando por inúmeros bairros, Cosme Velho, Lagoa, Jardim Botânico, São Conrado, Barra e enfim Recreio; a Cidade do Rock. Durante o percurso ficou imaginando de como entraria na festa, sendo que não possui ingresso, dinheiro, ou qualquer outro tipo de recurso para adentrar no evento. Não havia mais tempo a ser perdido, largou o carro no estacionamento e começou a caminhar para a entrada do festival. Era tudo magnífico. O flamejo da luz cegava os sentimentos de qualquer sobriedade de auguras ou abatimento de cansaço. Despertava a vontade de perscrutar todo o cenário inebriante, acoplado ao estrepito desconcertante e urros de felicidade que vinham detrás do Portal. O palco estava armado e lhe convidava ao espetáculo. Em sua caminhada ao improvável, já encontrava dois transeuntes que por ali também trafegavam incertos.
– Opa, tranqüilo irmão. Vocês pretendem entrar também no evento. – Em uma receptividade calorosa, respondem:
– Vamos entrar sim, mas só não sabemos como...hehehe...Estamos sem ingresso e na hora ta muito caro.– O outro, ao qual chamaremos de Matias, complementa: – Mas vamos tentar entrar de qualquer forma – Matias era um Jovem de alta estatura, com ombros esguios, trajando uma roupa larga em seu corpo, folgada em excesso, aumentando assim seu aspecto esburgado. Os três não escondiam o semblante preocupado com a situação, sem dinheiro e com um percurso incerto pela frente, além da companhia nova que ambos acabavam por definir, pelo menos até conseguirem se firmarem lá dentro, não deixando dúvidas de que para quem está se afogando, jacaré é tronco, jogavam-se tortos pelo caminho entre os carros no estacionamento privativo do evento. O coração aumentando suas vigorosas batidas a cada passo que davam em direção a entrada principal. A emoção invadia os poros, obrigando a pele soltar toda adrenalina momentânea que já dominava a imaginação daqueles três indivíduos. (Ligue o som. Mantenha o volume baixo, mas audível).
A Lama já havia tragado quase toda areia seca ao redor, deixando apenas vestígios de ilhas de piso por onde caminhavam os três mosqueteiros. Com os passos largos sempre olhando ao redor, Iam lado a lado e desviando dos carros que ali pararam. Tão logo se viu, já haviam alcançado a entrada lateral, e como se era de se esperar, uma entrada de pessoas exclusivas, em um mundo especial. Tentaram realmente em todos os aspectos convencer aqueles seguranças que eles eram especiais, de que eram realmente valorosos e também podiam entrar por ali. Acontece que não foi o suficiente. Faltava neles alguma coisa que não podia ser dita ali. Enquanto dois de nossos heróis ficaram dialogando com aqueles pobres profissionais, Matias por ser mais impaciente, saiu ao longo do muro para em qualquer caso um pulo não ser má idéia. Não poderíamos deixar de citar que toda à parte da festa estava cercada de muros e junto alguns seguranças, o que dificultaria bastante, qualquer tipo de invasão. Mas não só os seguranças espreitavam os muros, havia aqueles que ali estavam com o mesmo objetivo de Mathias, e não eram poucos, existiam mais invasores que segurança, entretanto quando Mathias debruçou-se no muro para constar suas possibilidades, percebeu que na parte inferior, por todo percurso da parede, se encontrava um guardião aposto. Logo que perceberam a ausência de Matias, os dois foram procurá-lo ao redor, não estava sendo muito frutífera a conversa, o que seria uma perda de tempo ficar parado. A adrenalina logo se solidificou como o centro da motivação, enquanto a música aumentava a inspiração, vinda dos portais de um festival, e cada vez mais infectava aqueles corpos de inquietação aflorados pela ansiosidade. De longe avistaram Matias a conversar com outro segurança, encostados em um carro, paralelo a muralha. Dirigiram-se para lá apressadamente.
– Opa Matias, a gente tava te procurando o porra, sumiu do nada! – Matias desconversou com o segurança quando fora visto pelos companheiros.
– Calma, estava tentando adiantar o nosso lado. Cheguem mais – Logo formaram um circulo e conversavam entre si, e virando pro segurança falou.
– Este aqui é um amigo meu, Rafael. E este é...- Percebendo que não havia se apresentado antes, nosso protagonista tomou a frente.
– ...Me chamam de Lobo. Tudo bem? Ou tudo bom? – Os dentes protuberantes na larga boca de Lobo.
– Bem, estava falando aqui com o Felipe se ele podia dar uma força pra gente entrar.
– Sim, com a atual conjuntura, seria uma ótima na verdade. Estamos meio fodido de grana.
– É Lobo, ta foda mesmo, com certeza que sim, mas já admiti aqui claro que deixaríamos aqui uns trinta contos pra cervejinha...
– ...Cervejinha? Pro vinho, né?
– Calma ai Lobo, eu tenho o dinheiro aqui. – Matias entregou o dinheiro ao Felipe, um tanto quanto inseguro em relação ao método de como entraria, mas confiante de que qualquer forma estaria dentro da festa. Abruptamente a musica salta aos olhos, alimentando o espírito de forma frenética. As batidas formavam um compasso único junto ao coração:
(Aumente muito pouco).
beginning with an ending
people watch me as I go
not a thing that bothers me
somehow I’m bathed in glow
it may seem kinda breezy
but moving is my home
it gets kinda lonely
when you're always on the road
seventh son of a seventh son
who told me the way to be
now when I look he is smiling
winking as he waves at me
it may seem kinda breezy
but moving is my home
it gets kinda lonely
when you're always on the road
ferret out illusion
love the skin you're in
don't add to your confusion
let the light in
I find that I’ve been blinded
by an inkling of the truth
I’d love to take you with me
as I enjoy my youth
Os três estavam convictos de que realmente daria certa a ajuda de Felipe. Com isso estavam mais tranqüilos, aliás já achavam que haviam entrado na festividade
– E ai Felipe, como é que vai ser então?
– Bem, eu vou dar um toque no segurança que está responsável por este perímetro do lado de dentro da festa, e ai vocês pulam, esta certo?
– Beleza, é isso então!
– Mais que certo!
– Mas tem um problema. O segurança que está ali. Eu não conheço, ele vai trocar de posto a qualquer momento.
– A gente espera não tem grilo não. – Claro que o tempo passou mais do que o necessário, assim como é claro também que nunca chegava a hora do segurança responsável trocar de posto. Em um momento inesperado, Felipe atende uma chamada de seu radio.
– Galera, fica aqui que eu vou ver o que é isso e volto pra falar com vocês. – Lobo logo percebeu de que este cara não voltaria, e sorriu sarcasticamente, lembrando da máxima; mal de malandro é achar que todo mundo é otário. Após alguns minutos de espera, a inquietação apoderasse de novo destes três jovens.
– Matias? Creio que o nosso amigo não vai voltar com o seu dinheiro.
– É ruim de não Lobo. Daqui uns minutinhos ele deve ta ai.
– Bem, eu não vou ficar aqui perdendo meu tempo, vou seguir meu rumo, fiquem aqui se quiserem.
– Ta beleza, eu vou é atrás deste cara, bora Rafael – E assim nosso velho protagonista volta a marchar ao longo do muro, sempre passando por mais invasores ao longo do perímetro, assim como os carros ao longo do estacionamento. Com as mãos no bolso e caminhando lentamente com os olhos voltados ao chão imaginando o que lhe esperava, até refletiu em voltar pra casa, o que não durou muito, já que logo a frente dava para perceber um pequeno reboliço, claro que de penetras, todos eles, e o melhor, nenhum segurança – Opa!! Tudo bom? O que ta pegando aqui? – Ao olhar mais atentamente percebeu um pequeno vão, entre duas divisórias. Alguém havia conseguido separar duas partes que formavam a parede do muro, eram duas madeiras encaixadas uma na outra e suas juntas haviam sido partidas. Estavam todos ali esperando algum momento para adentrar no evento. Alguém acabou respondendo – Olha, tem esta abertura aqui, mas temos que esperar o momento certo, e tem que ser bem devagar... – Nisso Lobo olhou envolta e fitou a todos. Havia um certo receio naquelas pessoas em entrar por aquela fenda, pareciam estar com medo, ninguém fazia nada, estavam todos atônitos esperando o momento exato, mas qual seria o momento exato? Alguém perceber e acabar com a fresta? Sem esperar muito, Lobo começou a esgueirar-se por entre a nesga de metal. Subitamente um homem da produção, magro, bem magro, uma verdadeira contradição perto de Lobo que ostentava 100 quilos de puro músculo, chega chutando e gritando as grades que formavam a fenda.
- Qual foi aqui desta merda? – Sua voz era grave em um grito áspero. Carregava uma carranca braba em um nariz rugoso, com marcas de espinhas estouradas, vai ver seu humor estava depositado naquele nariz horrendo. – O que vocês estão cagando aqui nesta porra? Só tem malandro é? – Nisso o Carranca se vira e encara Lobo, que ficou ali estático, perto a antiga pequena abertura que se fechou com o chute. Os olhos de Lobo estavam frios, e sua fisionomia estava homicida. De relance o homem da produção fala algo em seu comunicador e sai correndo em direção à outra abertura formada logo à frente. Dois seguranças prostram perto àquelas pessoas que ali ficaram. E foi isso, não daria mais para entrar por aquela grade. O sol já mostrava sinais de vida. O azul rasgava em um rubro crepúsculo matutino, uma das cenas mais lindas de se ver. Sempre que se vislumbra uma imagem desta, algo de ruim esmorece em sua alma. A tristeza de ver sua entrada frustrada, com a ajuda da luz, Lobo ergueu forças e voltou para frente da festa e se encostou ao suporte de alguma grade. Naquele mesmo instante, a sorte parece mudar junto ao sol que apenas mandava seus raios luminosos rubros. Lobo observa um casal saindo com pulseiras da área VIP, e os segue até o estacionamento.
- Com licença, vocês estão indo embora? Ou pretendem voltar? – De leve lançou os dentes brancos e reluzentes. Não obteve resposta, apenas um olhar distantes do casal. Logo atrás saia um grupo de jovens, todos usando a mesma pulseira. Lobo decidiu tentar novamente.
- Algum de vocês poderia me dar a pulseira?
- Claro, Mermão! Chega aí – Um dos caras arranca a pulseira, entregando em seguida entregando as mãos de Lobo que estremeceu de felicidade em um breve rugido. Os jovens se assustaram, entretanto riram. A pulseira havia se partido, mas parecia não ser problema. Lobo pega um chiclete no chão e cola a pulseira no pulso, pega o celular e finge estar falando quando passou pela entrada. (Aumente um pouco mais, mas não muito). O portal se rompe e o mundo agora ruge em todos os universos paralelos e distintos. O chão treme com o estrondo da música, todos os pés parecem pular em uma única direção. A área VIP estava locada próxima ao palco. Muitas mulheres lindas, fazendo Lobo derreter-se em suas fantasias. O ambiente era mesmo contagiante. Todas as bocas gargalhavam o doce da vida. A explosão sacode o peito em vitrines de áudios incríveis. Não havia muitas pessoas nesta área, e com certeza os amigos de Lobo não estavam lá. Assim ultrapassou pela linha fronteiriça entre as duas realidades do mesmo comum. Lobo toma uma bala e espera o doce. A ânsia pela quebra dos mundos logo lhe atinge a mente que vagava pelos desconhecidos cantos de seus desejos. O desejo pelas gostosas que lhe rondam, e de todo o poder incontrolável que na vida se torna forma. A eterna indignação, a busca e respostas sem perguntas, que em si dão vazão a outras perguntas. As massas de pessoas continuavam a se mexer em fúria, surtavam entre seus corpos; cabeça, braço, membros, língua, pernas, bocetas e paus. A visão de Lobo se perde em um casal de lésbicas que se agarravam no meio de uma convulsão urbana. Era um beijo bonito, cheio de ternura, sem perder a violência. O ritmo da música alcança seu ápice, os músculos ardem pedindo a força do exercício alimentado pela felicidade da endorfina. As pessoas pulavam e cantavam ao som hipnótico, elas buscavam se conhecer através da música. A voz era como uma só, ao estrondo de milhares de bocas. No meio deste cenário Lobo ainda vagava. A espreita de que, não se podia dizer, talvez de algo que ele não podia calcular. As surpresas que nos despertam pra vida. O passeio continuava no maior espetáculo da terra; a aglomeração de malucos. Os primeiros pensamentos significantes começam a tomar forma:
– E ai Felipe, como é que vai ser então?
– Bem, eu vou dar um toque no segurança que está responsável por este perímetro do lado de dentro da festa, e ai vocês pulam, esta certo?
– Beleza, é isso então!
– Mais que certo!
– Mas tem um problema. O segurança que está ali. Eu não conheço, ele vai trocar de posto a qualquer momento.
– A gente espera não tem grilo não. – Claro que o tempo passou mais do que o necessário, assim como é claro também que nunca chegava a hora do segurança responsável trocar de posto. Em um momento inesperado, Felipe atende uma chamada de seu radio.
– Galera, fica aqui que eu vou ver o que é isso e volto pra falar com vocês. – Lobo logo percebeu de que este cara não voltaria, e sorriu sarcasticamente, lembrando da máxima; mal de malandro é achar que todo mundo é otário. Após alguns minutos de espera, a inquietação apoderasse de novo destes três jovens.
– Matias? Creio que o nosso amigo não vai voltar com o seu dinheiro.
– É ruim de não Lobo. Daqui uns minutinhos ele deve ta ai.
– Bem, eu não vou ficar aqui perdendo meu tempo, vou seguir meu rumo, fiquem aqui se quiserem.
– Ta beleza, eu vou é atrás deste cara, bora Rafael – E assim nosso velho protagonista volta a marchar ao longo do muro, sempre passando por mais invasores ao longo do perímetro, assim como os carros ao longo do estacionamento. Com as mãos no bolso e caminhando lentamente com os olhos voltados ao chão imaginando o que lhe esperava, até refletiu em voltar pra casa, o que não durou muito, já que logo a frente dava para perceber um pequeno reboliço, claro que de penetras, todos eles, e o melhor, nenhum segurança – Opa!! Tudo bom? O que ta pegando aqui? – Ao olhar mais atentamente percebeu um pequeno vão, entre duas divisórias. Alguém havia conseguido separar duas partes que formavam a parede do muro, eram duas madeiras encaixadas uma na outra e suas juntas haviam sido partidas. Estavam todos ali esperando algum momento para adentrar no evento. Alguém acabou respondendo – Olha, tem esta abertura aqui, mas temos que esperar o momento certo, e tem que ser bem devagar... – Nisso Lobo olhou envolta e fitou a todos. Havia um certo receio naquelas pessoas em entrar por aquela fenda, pareciam estar com medo, ninguém fazia nada, estavam todos atônitos esperando o momento exato, mas qual seria o momento exato? Alguém perceber e acabar com a fresta? Sem esperar muito, Lobo começou a esgueirar-se por entre a nesga de metal. Subitamente um homem da produção, magro, bem magro, uma verdadeira contradição perto de Lobo que ostentava 100 quilos de puro músculo, chega chutando e gritando as grades que formavam a fenda.
- Qual foi aqui desta merda? – Sua voz era grave em um grito áspero. Carregava uma carranca braba em um nariz rugoso, com marcas de espinhas estouradas, vai ver seu humor estava depositado naquele nariz horrendo. – O que vocês estão cagando aqui nesta porra? Só tem malandro é? – Nisso o Carranca se vira e encara Lobo, que ficou ali estático, perto a antiga pequena abertura que se fechou com o chute. Os olhos de Lobo estavam frios, e sua fisionomia estava homicida. De relance o homem da produção fala algo em seu comunicador e sai correndo em direção à outra abertura formada logo à frente. Dois seguranças prostram perto àquelas pessoas que ali ficaram. E foi isso, não daria mais para entrar por aquela grade. O sol já mostrava sinais de vida. O azul rasgava em um rubro crepúsculo matutino, uma das cenas mais lindas de se ver. Sempre que se vislumbra uma imagem desta, algo de ruim esmorece em sua alma. A tristeza de ver sua entrada frustrada, com a ajuda da luz, Lobo ergueu forças e voltou para frente da festa e se encostou ao suporte de alguma grade. Naquele mesmo instante, a sorte parece mudar junto ao sol que apenas mandava seus raios luminosos rubros. Lobo observa um casal saindo com pulseiras da área VIP, e os segue até o estacionamento.
- Com licença, vocês estão indo embora? Ou pretendem voltar? – De leve lançou os dentes brancos e reluzentes. Não obteve resposta, apenas um olhar distantes do casal. Logo atrás saia um grupo de jovens, todos usando a mesma pulseira. Lobo decidiu tentar novamente.
- Algum de vocês poderia me dar a pulseira?
- Claro, Mermão! Chega aí – Um dos caras arranca a pulseira, entregando em seguida entregando as mãos de Lobo que estremeceu de felicidade em um breve rugido. Os jovens se assustaram, entretanto riram. A pulseira havia se partido, mas parecia não ser problema. Lobo pega um chiclete no chão e cola a pulseira no pulso, pega o celular e finge estar falando quando passou pela entrada. (Aumente um pouco mais, mas não muito). O portal se rompe e o mundo agora ruge em todos os universos paralelos e distintos. O chão treme com o estrondo da música, todos os pés parecem pular em uma única direção. A área VIP estava locada próxima ao palco. Muitas mulheres lindas, fazendo Lobo derreter-se em suas fantasias. O ambiente era mesmo contagiante. Todas as bocas gargalhavam o doce da vida. A explosão sacode o peito em vitrines de áudios incríveis. Não havia muitas pessoas nesta área, e com certeza os amigos de Lobo não estavam lá. Assim ultrapassou pela linha fronteiriça entre as duas realidades do mesmo comum. Lobo toma uma bala e espera o doce. A ânsia pela quebra dos mundos logo lhe atinge a mente que vagava pelos desconhecidos cantos de seus desejos. O desejo pelas gostosas que lhe rondam, e de todo o poder incontrolável que na vida se torna forma. A eterna indignação, a busca e respostas sem perguntas, que em si dão vazão a outras perguntas. As massas de pessoas continuavam a se mexer em fúria, surtavam entre seus corpos; cabeça, braço, membros, língua, pernas, bocetas e paus. A visão de Lobo se perde em um casal de lésbicas que se agarravam no meio de uma convulsão urbana. Era um beijo bonito, cheio de ternura, sem perder a violência. O ritmo da música alcança seu ápice, os músculos ardem pedindo a força do exercício alimentado pela felicidade da endorfina. As pessoas pulavam e cantavam ao som hipnótico, elas buscavam se conhecer através da música. A voz era como uma só, ao estrondo de milhares de bocas. No meio deste cenário Lobo ainda vagava. A espreita de que, não se podia dizer, talvez de algo que ele não podia calcular. As surpresas que nos despertam pra vida. O passeio continuava no maior espetáculo da terra; a aglomeração de malucos. Os primeiros pensamentos significantes começam a tomar forma:
(Aumente o som consideravelmente).
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“Esse é o elixir dos deuses
a cápsula da felicidade”.
a cápsula da felicidade”.
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A onda de movimentos da massa humana, acaba empurrando Lobo pra entrada do banheiro químico. Uma boa hora pra pausa da urina. Logo na primeira cabine, estava a porta escancarada e um jovem em seus vinte anos, mergulhado com um dos braços na privada, até a altura dos ombros, e de joelhos.
- Puta que pariu, esta merda não podia ter caído! – Gritava enquanto sacudia o braço na privada freneticamente ao meio de; vômitos, mijos e dejetos. O cheiro era o mais pútrido possível. Era muita bosta junta. – Vamos lá, meu Senhor, eu só tinha esta...- Lobo tenta entrar em outra cabine. Ao ver uma encostada ele se aproxima e abre a porta. A bala lhe dá o doce sabor da vida, mas certamente o doce ainda estava por vir.
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Portal. Entrou. Aliviou. Saiu. Correu. Música. Som. Timbre. Poça. Espelho. Reflexo. Voragem. Perder. Sentidos. Caminhar. Dançar. Atirar-se. Fazer-se. Correr. Refazer. Voltar. Rondar. Cidades. Prédios. Crepúsculo. Sombras. Imagens. Tortas. Torpes. Correr. Pulsar. Saber. Conhecer-se. Acreditar. Sonhar. Quimeras. Vislumbrar. Esperar. Buscar. Dançar. Pular. Torcer. Juntar. Lembrar. Cair. Levantar. Enxergar. Gritar. Urrar. Mostrar. Desprender-se. Jogar. Perder. Ganhar. Sofrer. Chorar. Sorrir. Rir. Gargalhar. Palco. Aberto. Céu. Infinito. Verde. Azul. Pular. Pular. Pular. Dançar. Dançar. Dançar. Correr. Suar. Poros. Pele. Bactérias. Gaveta. Fechada. Aberta. Incompreensível. Suportar. Pensar. Coragem. Seguir. Perseguir. Prosseguir. Rodopiar. Agitar-se. Tumultuar. Esbarrar. Saltar. Brandir. Brincar. Foliar. Dançar. Urrar. Chorar. Cantar. Ouvir. Escutar. Dizer. Expressar. Comunicar. Receber. Trocar. Falar. Entupir-se. Esmiuçar-se. Procurar. Jogar-se. Respirar. Inspirar. Expirar. Espirrar. Pedir. Suplicar. Sorrir. Fumar. Viajar. Andar. Navegar. Trafegar. Devagar. Atravessar. Divagar. Cruzar. Percorrer. Vagarosamente. Estupidamente. Tropeçar. Manter-se. Dançar. Saltar. Agarrar. Estender. Mãos. Dedos. Clamar. Pedir. Urge. Ruge. Genialmente. Austero. Imaginar-se. Tornar-se. Tomar-se. Tomar. Redigir. Reger. Erguer. Orquestra. Magnificência. Fausto. Lágrima. Saliva. Cuspe. Baba. Água. Sede. Sade. Beber. Apetece. Sobreviver. Manter-se. Manter. Abrir. Sentir. Notar. Espreitar. Chegar. Pegar. Apertar. Sentir. Pressionar. Apalpar. Bunda. Olhar. Entreolhar. Excitar. Chupar. Beijar. Lamber. Babar. Abraços. Abraçar-se. Pensar. Refletir. Dizer. Contar. Sair. Andar. Devagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Ocultar. Entreolhar. Perscrutar. Saber. Afixar-se. Asfixiar-se. Deixar. Pensamentos. Buscar. Novidades. Inovação. Revolução. Pensar. Ultrapassar. Coro. Coral. Vozes. Força. Única. Varias. Formas. Expressar. Trovão. Pingo. Pingos. Chuvas. Poças. Reflexos. Espelhos. Lavar. Alma. Lavar-se. Eu. Nós. Todos. Único. Vários. Perder. Medos. Amedrontar. Retirar-se. Amar-se. Amai. Amá-las. Deixá-las. Precisar. Encontrar. Desviar. Esquecer. Entender-se. Acudir. Atrapalhar-se. Sabotar-se. Escolher. Suportar. Inspirar. Recomeçar. Suplantar. Especular. Especular-se. Enfermo. Reconsiderar. Voltar. Cidades. Futuros. Passando. Presente. Negando. Ajustar. Ajustar-se. Colher. Fruir. Esperar. Positivamente. Marginalmente. Bala. Doce. Êxtase. Ácido. Maconha. Sharas. Green. Skunk. Haxixe. Lsd. Ópio. Morfina. Álcool. Cocaína. Crack. Anfetamina. Cogumelos. Loló. Heroína. Escrever. Dragão. Serpente. Maçã. Água-ardente. Pilar. Pétreas. Suportar. Tremer. Estremecer. Estremecer-se. Acontecer. Chuva. Poças. Espelho. Reflexo. Lamas. Enlamear. Guerrear. Sujar. Esfregar. Olhar. Duvidar. Esbranquiçar. Correr. Correr. Correr. Correr. Correr. Umedecer. Cantar. Feliz. Pensar. Refletir. Cogitar, conjeturar. Elucubrar. Matutar. Ajuizar. Juízo. Cautela. Precaução. Matutar. Meditar. Ponderar. Multiplicar. Divagar. Devagar. Divagar. Divagar. Divagar. Devagar. Divagar. Divagar. Devagar. Divagar. Divagar. Ver. Acontecer. Chorar. Sorrindo. Amar. Viver. Revolucionar.
- Puta que pariu, esta merda não podia ter caído! – Gritava enquanto sacudia o braço na privada freneticamente ao meio de; vômitos, mijos e dejetos. O cheiro era o mais pútrido possível. Era muita bosta junta. – Vamos lá, meu Senhor, eu só tinha esta...- Lobo tenta entrar em outra cabine. Ao ver uma encostada ele se aproxima e abre a porta. A bala lhe dá o doce sabor da vida, mas certamente o doce ainda estava por vir.
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Portal. Entrou. Aliviou. Saiu. Correu. Música. Som. Timbre. Poça. Espelho. Reflexo. Voragem. Perder. Sentidos. Caminhar. Dançar. Atirar-se. Fazer-se. Correr. Refazer. Voltar. Rondar. Cidades. Prédios. Crepúsculo. Sombras. Imagens. Tortas. Torpes. Correr. Pulsar. Saber. Conhecer-se. Acreditar. Sonhar. Quimeras. Vislumbrar. Esperar. Buscar. Dançar. Pular. Torcer. Juntar. Lembrar. Cair. Levantar. Enxergar. Gritar. Urrar. Mostrar. Desprender-se. Jogar. Perder. Ganhar. Sofrer. Chorar. Sorrir. Rir. Gargalhar. Palco. Aberto. Céu. Infinito. Verde. Azul. Pular. Pular. Pular. Dançar. Dançar. Dançar. Correr. Suar. Poros. Pele. Bactérias. Gaveta. Fechada. Aberta. Incompreensível. Suportar. Pensar. Coragem. Seguir. Perseguir. Prosseguir. Rodopiar. Agitar-se. Tumultuar. Esbarrar. Saltar. Brandir. Brincar. Foliar. Dançar. Urrar. Chorar. Cantar. Ouvir. Escutar. Dizer. Expressar. Comunicar. Receber. Trocar. Falar. Entupir-se. Esmiuçar-se. Procurar. Jogar-se. Respirar. Inspirar. Expirar. Espirrar. Pedir. Suplicar. Sorrir. Fumar. Viajar. Andar. Navegar. Trafegar. Devagar. Atravessar. Divagar. Cruzar. Percorrer. Vagarosamente. Estupidamente. Tropeçar. Manter-se. Dançar. Saltar. Agarrar. Estender. Mãos. Dedos. Clamar. Pedir. Urge. Ruge. Genialmente. Austero. Imaginar-se. Tornar-se. Tomar-se. Tomar. Redigir. Reger. Erguer. Orquestra. Magnificência. Fausto. Lágrima. Saliva. Cuspe. Baba. Água. Sede. Sade. Beber. Apetece. Sobreviver. Manter-se. Manter. Abrir. Sentir. Notar. Espreitar. Chegar. Pegar. Apertar. Sentir. Pressionar. Apalpar. Bunda. Olhar. Entreolhar. Excitar. Chupar. Beijar. Lamber. Babar. Abraços. Abraçar-se. Pensar. Refletir. Dizer. Contar. Sair. Andar. Devagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Divagar. Ocultar. Entreolhar. Perscrutar. Saber. Afixar-se. Asfixiar-se. Deixar. Pensamentos. Buscar. Novidades. Inovação. Revolução. Pensar. Ultrapassar. Coro. Coral. Vozes. Força. Única. Varias. Formas. Expressar. Trovão. Pingo. Pingos. Chuvas. Poças. Reflexos. Espelhos. Lavar. Alma. Lavar-se. Eu. Nós. Todos. Único. Vários. Perder. Medos. Amedrontar. Retirar-se. Amar-se. Amai. Amá-las. Deixá-las. Precisar. Encontrar. Desviar. Esquecer. Entender-se. Acudir. Atrapalhar-se. Sabotar-se. Escolher. Suportar. Inspirar. Recomeçar. Suplantar. Especular. Especular-se. Enfermo. Reconsiderar. Voltar. Cidades. Futuros. Passando. Presente. Negando. Ajustar. Ajustar-se. Colher. Fruir. Esperar. Positivamente. Marginalmente. Bala. Doce. Êxtase. Ácido. Maconha. Sharas. Green. Skunk. Haxixe. Lsd. Ópio. Morfina. Álcool. Cocaína. Crack. Anfetamina. Cogumelos. Loló. Heroína. Escrever. Dragão. Serpente. Maçã. Água-ardente. Pilar. Pétreas. Suportar. Tremer. Estremecer. Estremecer-se. Acontecer. Chuva. Poças. Espelho. Reflexo. Lamas. Enlamear. Guerrear. Sujar. Esfregar. Olhar. Duvidar. Esbranquiçar. Correr. Correr. Correr. Correr. Correr. Umedecer. Cantar. Feliz. Pensar. Refletir. Cogitar, conjeturar. Elucubrar. Matutar. Ajuizar. Juízo. Cautela. Precaução. Matutar. Meditar. Ponderar. Multiplicar. Divagar. Devagar. Divagar. Divagar. Divagar. Devagar. Divagar. Divagar. Devagar. Divagar. Divagar. Ver. Acontecer. Chorar. Sorrindo. Amar. Viver. Revolucionar.
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“Urrar unido a pessoa ao seu lado
como se ela mesma fosse você.
Onde as estrelas lhe perguntam tudo ao mesmo tempo
e a única resposta é o seu corpo trêmulo”.
Onde as estrelas lhe perguntam tudo ao mesmo tempo
e a única resposta é o seu corpo trêmulo”.
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“All I really...
All I really want is youAll
I really...
I'm not your party toy
and I let you destroy
All I really... (Several times)
All I really want is you
Not just a glamour boy
I'm not your party toy
and I let you destroy
All I really... (Several times)
All I really want is you
Don't tell me what I got to do
I know that I'm a kind of bitch
But now is really... time to switch
All I really... (Several times)
All I really want is you (Not just a glamour boy)
Don't tell me what I got to do (I'm not your party toy)
I know that I'm a kind of bitch (And I let you destroy)
But now is really... time to switch (I'll kick you and destroy)
All I really want is you (Not just a glamour boy)
Don't tell me what I got to do (I'm not your party toy)
I know that I'm a kind of bitch (And I let you destroy)
All I really want is you...
All I really want is you (Not just a glamour boy)
Don't tell me what I got to do (I'm not your party toy)
I know that I'm a kind of bitch (And I let you destroy)
But now is really... time to switch (I'll kick you and destroy)
All I really want is you
Don't tell me what I got to do
I know that I'm a kind of bitch
But now is really... time to switch”
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As palavras emergiam em meus pensamentos com estranha desenvoltura. Tudo tinha seu próprio significado e sentido.
Abri a carteira e vi o quanto o mundo pode ser açucarado; não tinha dinheiro, mas tinha o doce...As vozes cantando ao meu redor, davam a impressão de estarmos num estádio. Uma única voz, pra todas as bocas com o mesmo fim. Andava no meio do caos da loucura, passando pelas poças formadas pelo chuvisco momentâneo. A água da chuva lavava a alma de todos presentes. Uma mulher passa ao meu lado dançando e correndo ao mesmo tempo. Estava jogada no meio da multidão. Balançava os braços querendo voar. De certo voava em sua mente. E seguia correndo e dançando. Ela não se importava com a sujeira, nem tão pouco com a lama. Pisava firme e espalhava o lamaçal. Na verdade ela não era a única, havia outras pessoas brincando no barro. Minha mente começa a fraquejar; as cores se tornam cinzas mortas pela falta de sentido dos sentidos. A multidão se torna forte em tudo que ouço ou vejo. Todos muitos loucos correndo e urrando. Muitos usavam óculos escuros. Um cara se mexe freneticamente em todas as direções. Os braços e pernas parecem de uma convulsão. Ele se joga no chão e se banha na lama. Ele queria lavar sua alma. Queria se lavar de quem ele era. Eu via assim, e eles me viam por de trás de minhas máscaras. Comecei a suar frio. Achava tudo muito insano. Os gritos sem medo, aos berros de pavor. O riso era comum em todos os logros. Em minhas visões vinham mil imagens por milésimo de segundos. Era tudo muito veloz, tão veloz que tudo se torna lento. O corpo não acompanha a mente, tropeça em seus significados. Pude sentir meu sangue fluindo em minhas veias, a sensibilidade era incrível, eu não me sentia muito bem. A loucura estava a observar os meus atos. Achei que ela iria tomar conta de mim. Precisava me dominar, nunca tinha me sentido tão livre. Algumas pessoas se abraçam e riem juntas. Necessitava sair urgentemente dali. Um moleque fodido da cabeça se ajoelha e começa a rezar cantando a música ao meu lado. As reflexões não paravam de vir. Todas as imagens vieram transbordar minha fantasia. Comecei a esmorecer, estava mal, as pernas fraquejavam. Senti o estômago embrulhado e minha visão cedia aos poucos. As cores perdiam vida e minhas pálpebras sentiam o peso da inconsciência. Tudo parecia ruir em meus pilares sensoriais. Comecei a pensar que voltaria ao estágio fetal. E lá´ no fundo, bem no âmago de minhas entranhas, eu apenas sentia um ritmo. Uma pulsação pesada do baixo. A cada momento que eu achava que iria cair, este bater interminável me fez mais forte. Foi crescendo em meu peito como se meu próprio coração respondesse ao compasso. Batiam juntos em um só timbre. A pulsação é tão violenta que seria impossível se manter quieto. Justamente quando achava iria apagar, (Aumente o Som) me lancei em uma incrível violência de encontro a música. Gritava e urrava como todos os quais eu sentia a mesma sintonia. Tudo se tornou um novamente. Estava incrivelmente feliz. Urrava todas as auguras enquanto as cores se faziam vivas, mais vivas do que nunca estiveram. Gargalhei todas as mortes me fazendo mais vivo em meu espírito. Os braços sacolejavam insanamente junto ao corpo convulsivo. Muitas vezes a loucura, não é insanidade, é autoconhecimento. E Eu comecei a me conhecer melhor.
As palavras emergiam em meus pensamentos com estranha desenvoltura. Tudo tinha seu próprio significado e sentido.
Abri a carteira e vi o quanto o mundo pode ser açucarado; não tinha dinheiro, mas tinha o doce...As vozes cantando ao meu redor, davam a impressão de estarmos num estádio. Uma única voz, pra todas as bocas com o mesmo fim. Andava no meio do caos da loucura, passando pelas poças formadas pelo chuvisco momentâneo. A água da chuva lavava a alma de todos presentes. Uma mulher passa ao meu lado dançando e correndo ao mesmo tempo. Estava jogada no meio da multidão. Balançava os braços querendo voar. De certo voava em sua mente. E seguia correndo e dançando. Ela não se importava com a sujeira, nem tão pouco com a lama. Pisava firme e espalhava o lamaçal. Na verdade ela não era a única, havia outras pessoas brincando no barro. Minha mente começa a fraquejar; as cores se tornam cinzas mortas pela falta de sentido dos sentidos. A multidão se torna forte em tudo que ouço ou vejo. Todos muitos loucos correndo e urrando. Muitos usavam óculos escuros. Um cara se mexe freneticamente em todas as direções. Os braços e pernas parecem de uma convulsão. Ele se joga no chão e se banha na lama. Ele queria lavar sua alma. Queria se lavar de quem ele era. Eu via assim, e eles me viam por de trás de minhas máscaras. Comecei a suar frio. Achava tudo muito insano. Os gritos sem medo, aos berros de pavor. O riso era comum em todos os logros. Em minhas visões vinham mil imagens por milésimo de segundos. Era tudo muito veloz, tão veloz que tudo se torna lento. O corpo não acompanha a mente, tropeça em seus significados. Pude sentir meu sangue fluindo em minhas veias, a sensibilidade era incrível, eu não me sentia muito bem. A loucura estava a observar os meus atos. Achei que ela iria tomar conta de mim. Precisava me dominar, nunca tinha me sentido tão livre. Algumas pessoas se abraçam e riem juntas. Necessitava sair urgentemente dali. Um moleque fodido da cabeça se ajoelha e começa a rezar cantando a música ao meu lado. As reflexões não paravam de vir. Todas as imagens vieram transbordar minha fantasia. Comecei a esmorecer, estava mal, as pernas fraquejavam. Senti o estômago embrulhado e minha visão cedia aos poucos. As cores perdiam vida e minhas pálpebras sentiam o peso da inconsciência. Tudo parecia ruir em meus pilares sensoriais. Comecei a pensar que voltaria ao estágio fetal. E lá´ no fundo, bem no âmago de minhas entranhas, eu apenas sentia um ritmo. Uma pulsação pesada do baixo. A cada momento que eu achava que iria cair, este bater interminável me fez mais forte. Foi crescendo em meu peito como se meu próprio coração respondesse ao compasso. Batiam juntos em um só timbre. A pulsação é tão violenta que seria impossível se manter quieto. Justamente quando achava iria apagar, (Aumente o Som) me lancei em uma incrível violência de encontro a música. Gritava e urrava como todos os quais eu sentia a mesma sintonia. Tudo se tornou um novamente. Estava incrivelmente feliz. Urrava todas as auguras enquanto as cores se faziam vivas, mais vivas do que nunca estiveram. Gargalhei todas as mortes me fazendo mais vivo em meu espírito. Os braços sacolejavam insanamente junto ao corpo convulsivo. Muitas vezes a loucura, não é insanidade, é autoconhecimento. E Eu comecei a me conhecer melhor.
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“nos lábios salivando desejo
sobre a boca úmida de prazer imaginário
sempre inquieto a pensar o absurdo,
contíguo a tentação do despudor
na forma animal de dar a carne
sobre a boca úmida de prazer imaginário
sempre inquieto a pensar o absurdo,
contíguo a tentação do despudor
na forma animal de dar a carne
paz de alguns segundos
entre um gozo e o outro”.
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(dance se quiser, e deixe terminar a música).
3 comentários:
COPIEI "SUA BOCA QUE ENGOLE O OLHO". DEMAIS! VOU USAR EM ALGUM TEXTO OU POEMA MEU HEHEHEHEHEHEHEHE. OK
A loucura liberta e aprisiona... captura o que não é nítido.
Renan
Posso ainda ouvir os "tunt tunt tunt" de suas palavras ecoarem na minha massa cinzenta.
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