

- Boa tarde, vejo que já se aventurou por duas portas fronteiriças.
-Sim! Sim! Agora vou tentar a janela, pra ver se completo meu suicídio. – forcei uma gargalhada, mas bem verdadeira, pra não perder a piada escrota. Ele nem sequer mostrou os dentes. – Foda-se você!
- Você quer alguma das meninas, senhor? – Logo atrás dele se ergueu sete mulheres estonteantes. Não precisava ser gênio pra perceber que cada uma representava uma porta.
- Quero todas! E ai? – Cruzei os braços em um tom arrogante.
- Você pode tudo! Mas será que você suportaria este tudo?
- Porra, para de falar que nem os Mestres dos Magos! Parece viado! – O ódio ficou incrustado na minha pele. Não saía, e o cinza mesclava com o rubro ardente.
- Todas as portas lhe mostram o que você quiser ver. É só abri-las. Mas tem coisas que você não vai querer ver, então elas não se abrirão. – Fez uma reverencia de leve, enquanto as mulheres aguardavam em posição; frias em seu olhar distante. Elas não me viam, apenas aguardavam.
- Bom, lá vou eu. – Fui em direção a uma das mulheres. Era bem nova, devia ter uns 20 anos. Uma beleza bem singular. Olhos claros em uma boca sedenta. Ela tem um olhar único e vibrante; hipnótico. Estava séria e seu olhar para um ponto fixo. Eu decidi ficar com ela. Peguei-a em meus braços, dei colo e gritei para uma outra qualquer - Você aí! Cinco, vem comigo! Sai com a mais nova no colo e entrei na porta número dois. Era uma sala bem grande, tinha inúmeros utensílios; Uma cama enorme, mordaças, ball gag, algemas. Cordas, paus, vendas, e um grande X de madeira no meio no cômodo. Elas sorriram sutilmente, finalmente elas me viam. Os olhos brilhavam refletindo as algemas da loucura. Os pensamentos me surgem como uma música, algo mais forte dita a idéia principal, e no fundo do subconsciente, timbres mais sutis, onde até mesmos alguns ignoram, questionam a idéia principal, trazendo a harmonia. Coloco a Mais nova no chão, a morena de olhos castanhos. A número Cinco a deseja, nitidamente em seu olhar o vazio dá lugar ao anseio. A Cinco é uma mulher de vinte e cinco anos, com bundas e seios fartos, apesar de magra. Parecia milagre ou uma puta cirurgia plástica. Sua cabeleira era longa e negra. A cinco me encarou nos olhos com um leve sorriso. Imediatamente lhe dei um leve tapa na perna, ela estremeceu o mesmo sorriso e eu a acertei na cara, com o as costas da mão. Ela parou de sorrir por dentro, mas seus olhos exteriorizavam uma intensa alegria. A Morena rui só pra levar também. Elas vestiam calça jeans e top. Mandei as duas tirarem os tops, queria ver os seios, mas disse para conservar as calças. Elas obedeceram em silêncio. Ficaram as duas com seus seios as amostras, ambos túrgidos e com os bicos eriçados. O da jovem de cabelo castanho, conseguia ser mais rosadinho, sua pele era pálida, bem clara. Dei-lhe um tapa só para ver se a marca ficava. Sua tez logo ficou vermelho, bem forte, dava pra ver bem o contorno da minha mão.
- Hum...Vocês são bem gostosas, estou admirado. Venham cá as duas! – Fui penetrando o quarto e vendo tudo o que poderia usar.
- Cinco, seu nome a partir de agora vai ser Luana. E o seu vai ser Luisa. Eu quero ver as duas se beijando. Agora! – Luana não me pareceu gostar muito da idéia. Seus olhos entreabertos se fecharam por completo e sua boca estremeceu em uma feição contrariada. Luisa por outro lado deixou entrever um sorriso, bem obsceno. Eu gostei disso. Lasquei-lhe um chupão na boca sem avisar, bem molhado. Minhas mãos foram logo em sua bunda. Luana ainda tentou dizer...
- Mas...Meu senhor...Eu não posso... – Dei-lhe logo um tapa na cara, o que fez Luisa sentir ciúmes, percebi em seus olhos. Desferi um tapão nela também pra nem pensar em reclamar.
- Aqui você não quer nada, não fala nada, nem cogita em pedir. Aqui você obedece meus caprichos. – via em meus braços, o cinza e o vermelho misturados em seus matizes, criando uma nova cor. ora um dominava, ora outro me subjugava por completo. Este era um momento perigoso, ter apenas uma cor. Estava satisfeito ali, mas curioso com as outras portas. – Outra coisa, não me chame de Senhor, que porra escrota. Chame-me de...hum...Meu Amor. Excelente. Agora eu sou o amor em sua forma pura e simples. Sou mais que um chocolate, mas muitas vezes confundido com seu excesso. Vamos lá, quero ver um beijo! – Luisa tomou iniciativa, sua excitação era perceptivelmente significativa em seu corpo. Luana hesitou e andou pra trás enquanto Luisa se aproximava. Segurei a cabeça de Luana e a obriguei a beijar a jovem moreninha. As bocas colaram e começou um beijo leve, enquanto eu mamava os seios de Luana. Não teve escapatória a não ser se excitar. Dei um tapa na nádega esquerda de Luisa, com moderada força. Ela gemeu com a boca abafada pelo chupão. O beijo não demorou muito pra ser uma grande troca de babas. Era bom ver aquelas línguas brigando por espaços. Agachei e fiquei com a bunda de Luana na minha cara, ela ainda estava com o jeans.
- Luisa, tira as calças dela pra mim!
- Sim Senhor! – Provavelmente ela disse aquilo de propósito. Ela gosta de uma boa porrada. Dei-lhe o que queria, um tapa grosseiro na boca. Ela gemeu e quase tombou. Não demorou muito e estava desabotoando as calças de Luana. Eu me agachei novamente e fiquei esperando atrás daquela bunda magnífica. Quando a calça caiu, pude ver, claramente, a bunda das bundas. Bem torneada e feita com maestria pela carne que a enchia. Mordi com força, até deixar marca e ela gemer de dor. Delicia. Enfiei um dedo em sua boceta já úmida pela novidade, insegurança e o medo. O palco estava em um clima tenso, ela esperavam ansiosas pelo toque.
- Luisa arreganha a bunda da Luana pra mim.
- Não.
- Como assim não? – Levantei bruscamente, no mesmo tempo que ela se fechou. Eu não bati, fui pegar umas algemas. Ela entreolhou pelos dedos e vi o que eu havia feito. Luisa ainda tentou sair pela porta da frente, mas fui mais rápido e a algemei. Depois a despi e a coloquei na posição do pau de arara em uma madeira que cortava o quarto na altura de nossas cabeças. Precisei de uma cadeira que estava ali perto.
- Me tira daqui! – Dei-lhe um tapa com a palma da mão bem na bochecha que logo ficou rubra. Suas cores mudavam a cada segundo, mas não era como meu rubro, era um rubro mais rosado. Luana estava estática observando tudo. Não teve coragem de fazer nada, apenas terminou de tirar as calças. A coloquei de quatro na cama.
- Empina bem pra mim. Isso. Agora pisca este cu rosado! – Comecei a dar uns beijos de leve nas nádegas, passando a língua levemente em torno do ânus, e lambia de leve também a boceta. Fiquei nestas carícias um tempo pra ela se acostumar. Aos poucos enfiava a língua com força em seu rabo, arregaçava bem forte, as pregas saltavam e a língua cortava bunda adentro. Sem ela perceber coloquei nela uma coleira preta de couro, puxando violentamente em seguida. Ela não esperava e gritou assustada.
- Espera. O que vai fazer? – Ela veio tombando mas a segurei. Peguei um dos cintos que estavam no chão e a surrei nas coxas. Ela gemeu e ameaçou chorar, mas no fim sorriu agradecida. Luisa esperava em silêncio, havia certa agonia em seus olhos, mas sua boca a traía. Os dente semi-abertos em uma satisfação de prazer. Luisa estava totalmente indefesa, de cabeça pra baixo, com as pernas amarrada às mãos e totalmente nua. Peguei Luana pelos cabelos e comecei a forçar em direção a Boceta de Luisa. Esta tremeu com certa repugnância, e Luana também não gostou da idéia, tive que usar da força. Dei uma porrada violenta no dorso de Luisa e um safanão na cabeça de Luana. Elas resignaram e Luana caiu de boca na boceta sem mais pestanejar. Vagarosamente ia apenas passando a língua com certo nojo.
- Pare, vou molhar ela um pouco pra você! – Eu chupava com força, sentia o clitóris na minha boca. Chupava e cuspia, deixava tudo muito molhado, de muco, de gozo, de saliva, de baba. Voltei a empurrar.
- Meu amor, não, deixa como está! – Parei uns segundos. – Pare, não quero chupá-la. – Coloquei o pau pra fora pela primeira vez.
- Mama minha pica! – Ela chupava com amor a cabeça do meu pau. Literalmente fazia amor. Chupava amorosamente, entre a violência, o desejo e a gula. Lentamente tirei o pau e fui empurrando ela pra boceta de Luisa que já pingava seu desejo no chão. Luana agora chupava a Boceta bem, com desenvoltura, chupava e beijava como uma boca, sempre delicada e com leves toques no clitóris. De tempos em tempos fazia mais força. Dava uma sugada com tamanha violência que se ouvia o estalo. A jovem moreninha gemia alto, e eu a calei com meu pau em sua boca. Luana já se empolgava agachada e com a boca cheia de boceta. Soluçava baixo, mas com um tesão absurdo. Abria com as duas mãos os lábios carnudos da Jovem Moreninha e linguando, sorvendo, cuspindo e sussurrando todo seu prazer, ia dando seu amor, ao seu novo amor. Beijei a boca de Luisa, ela estremeceu e gozou freneticamente. Não agüentou as linguadas da Luana. Acontece que a paixão estava grande ali, foi uma grande descoberta, então continuou a chupar aquela boceta molhada de gozo. Direcionei-me atrás de Luana e comecei a meter naquele ventre volúvel, me aceitou com incrível desenvoltura. Era quente e viscoso. Escorreu um pouco de muco. Lambi e voltei a meter. Não precisei ficar ali muito tempo metendo pra Luana gozar logo. A Puxei pela coleira pro lado e encaixei na Xota de Luisa. Era mais apertada e tava muito mais encharcada, senti os pingos voando em minha barriga.
- Que delicia de Boceta, gostosa pra caralho, goza no meu pau! – meu quadril ia e vinha em absurda velocidade. O estrepito do choque de quadris era intenso e impetuoso. Comecei a dar tapas na bunda de Luisa, em seguida puxei Luana pela coleira e a coloquei para sorver o rabo da jovem Moreninha. Ela lutou no inicio, mas foi apenas pra levar mais um tapa na cara. Deixava claro em seus olhos a vontade de chupar aquele cu. Tanto é verdade, que lambeu rindo. Luisa chorava de prazer. O corpo trêmulo e convulsionado ia se desfalecendo nas amarras, e ela chorava e chorava cada vez mais, de prazer. O gozo da Jovem Moreninha foi longo e duradouro. Deixei ela descansar um pouco naquela incomoda posição. Voltei a puxar Luana pela coleira e a levei até o X que estava no meio do aposento. Amarrei com a bunda virada pra trás. Ficou de costas pra mim e a cara em sentido oposto, assim não poderia me ver e prever nada. Havia uma chibata por ali, e foi ela mesmo que a usei pra sentar a porrada nas costas de Luana. Ela choramingava e ria como uma louca. Passei um tempo surrando suas costas, a bunda também. Ela não era tão pálida como Luisa. O rubro nela não aparecia tanto assim, mas as marcas estavam ali; a bestialidade no corpo, a brutalidade humana. Parei um minuto com tudo. Admirava a figura feita, as duas amarradas aos meus pés pros meus desejos bestiais. Sentei na cama e fiquei sentado conjeturando meu próximo movimento. Elas não me viam, apenas gemiam em silêncio, esperavam e pediam em murmúrios. Ameacei a sair do quarto. Mas não havia mais nada lá fora pra mim, isto era minha realidade, meu novo amor. Quando vi estava envolto por uma bolha, nós três estávamos, pela mesma bolha, fazíamos parte de um mesmo fim, de uma mesma ignorância. Resolvi sair da bolha e vi milhares de pessoas ao meu redor que não via antes. Havia me tornado aquilo que mais me perturbava; a deturpação. A questão que me via era; a bolha serve para se ignorar os outros que estão sempre lhe observando. Mas usar a bolha no cotidiano não faz sentido; talvez num relacionamento pra se manter a lealdade, fidelidade. Pra que usar tal instrumento num maldito piquenique? Assim vamos sempre nos ignorar. A bolha social. Revesti de novo em minha bolha e voltei ao quarto com meus dois amores. Coloquei uma coleira em Luisa e acariciei-lhe o rosto. Ela suspirou aliviada e soltou um breve gemido. Comecei a lhe chupar a boca incansavelmente, ela chorava pequenos grunhidos de tesão. Sem avisar, nem os movimentos deixavam nítido a intenção, desferi um tapa violento em seu rosto. As lágrimas começaram a escorrer entre suas bochechas rosadas. Soltei seus braços, ainda deixando suas pernas presas, Luisa ficou como se plantasse bananeira. Fiquei de joelhos e enfiei meu pau em sua boca, e comecei a chupar-lhe a boceta. Estava mais que úmida, chegava a escorrer pelo canto dos lábios. Parei e fiquei olhando um pouco sua xota piscar. Cuspi baba e gozo por todos seus lábios. Observava dimanar pela pele branca. Lasquei uns pequenos tapas nas coxas, até avermelhar, e voltei a mergulhar num linguajar de boceta rosada na Luisa. Os estalos do chupão eram altos, preenchiam a sala com o ar do despudor. Luana tentava ver alguma coisa torcendo o pescoço pra trás, mas ela estava completamente imobilizada pela cruz. Retirei a Jovem Moreninha do pau de arara e a coloquei carinhosamente na cama, a acomodei de quatro e ajeitei seu rabo me dedicando ao máximo de afeto. Alcancei uma corda que estava jogada por ali. Dei algumas voltas em torno de seu cotovelo, depois amarrei os pulsos, e finalizei contornando duas vezes entre o meio das duas imobilizações, e dei um nó. Via a alegria de seu sorriso sobrepor o medo dos seus olhos. Peguei o ball gag e a amordacei. Arregacei o máximo que pude, com as duas mãos, as nádegas. O cu se convulsionava em um piscar frenético. Não sabia se era pela ansiedade ou pelo temor. Cuspi umas três vezes. A bunda estava completamente babada. Peguei outras duas cordas e amarrei cada uma em uma das coxas de Luisa. As pontas das cordas amarraram no pé da cama. Não haveria como ela se soltar, tão pouco fechar as pernas. Enfiei um dedo bem devagar em seu cu, A Moreninha fitava em silêncio. Estava bem apertado, o dedo médio entrava com dificuldade. Com o tempo, um dedo entrava e saía mais facilmente. Abri mais a bunda e cuspi novamente lá dentro. Parti para dois dedos. Luisa grunhiu um pouco, mas logo se calou. Comecei a fode-la com os dedos, e a cada afundada de dedo, cuspia sobre o rabo da Moreninha. Sentia uma certa resistência, era realmente apertado aquele cu. Retirei os dedos e voltei a meter a língua adentro, afundava toda minha cara naquela bunda enorme. Meu pau começou a explodir de tesão. Não conseguia mais ficar naquela brincadeira de dedos. Caí de pica naquele rabo. Parecia não entrar de jeito nenhum, a cada tentativa Luisa gritava abafada pela mordaça, ela tremia toda em meio as cordas que a envolviam, talvez de tesão, quem sabe até mesmo pra se libertar, mas era inútil. Seu cu era todo meu. Segurei firme meu pau e empurrei com bastante força, afundando a pica toda. Luisa tremeu e gritou feito louca, e eu não parava de bombear firme. Toda investida em sua bunda, era um gemido alto. Luana ainda tentava olhar, se contorcia, jogava o dorso pra trás e virava o pescoço.
- Vai Meu Amor, come esta piranha, arregaça ela, come que ela gosta.
- Haaa...Uma delícia mesmo, empina mais pra mim, empina...
- Mete na boceta também, mete!
- Cala a merda da boca que eu não quero gozar ainda! – Sentei um tapa forte na nádega esquerda de Luisa, deixando mais vermelho do que antes. Minhas veias saltavam entre o cinza e o eterno rubro. Luisa não parava de gemer e contorcer. Mexi meu quadril freneticamente, num ritmo violento, e comecei a massagear o clitóris. A Moreninha tremeu, gemeu e parou. Eu bem que estava louco pra gozar, mas me contive. Soltei Luisa e retirei o ball gag. Atravessei o aposento e coloquei o apetrecho em Luana. Meti a pica em sua boceta e comecei leves movimentos. Era bem gostosa, apertada e úmida. Fiquei um tempo naquela foda, enquanto Luisa se recuperava na cama. Apertava seus seios túrgidos, firmemente. Deixava fluir todo meu desejo.
- Luisa! Venha aqui! – Meus poros exalavam todo meu impudor, a saliva era o cuspe de uma libido desesperada pelos sonhos da inquietude. Mordi o pescoço de Luana; tinha uma carne macia e cheia do gosto da perversidade. A Moreninha apenas se contorcia na cama. – Luisa! – Ela se levantou lânguida e se arrastou até minhas pernas e prostrou de joelhos. Tirei meu pau da boceta e coloquei na boca da Luisa. Ela engoliu até o talo e engasgou. Fiquei admirando o fio de baba que se formou até a cabeça da minha pica, quando retirei o pau de sua boca. Também decidi meter no rabo de Luana. Saí adentrando bunda adentro. Era um cu mais largo, receptivo, As pregas já foi há muito, mas não quer dizer que ela não grite. Foi tudo de uma vê só; a metida, o berro e a mordida que dei em sua orelha. Tampei suas narinas e a deixei asfixiar um pouco. Luana tremia desesperada, mas eu não fazia isso durante muito tempo. O cu comprimia meu pau e eu já ameaçava gozar. Removi a pica do rabo de Luana e dei novamente pra Luisa mamar. Era uma chupada forte e muito babada, saliva pra todos os lados. Peguei a cabeça da Moreninha e a fiz chupar o rabo arrombado da Loira. Uma cena realmente linda. Isso me transformou aos poros do prazer. Cheguei a cabeça da Luisa pro lado e afundei minha vara ardendo. Não demorou muito para nós dois gozarmos num ritmo convulso numa singular irrequieta freneticidade. Meus olhos viraram, o urro foi involuntário, contudo alto e rouco. Mesmo depois de gozar mantive metendo até cansar. Um pouco depois ofereci ainda o pau para a boca gulosa de Luisa; uma abocanhada violenta. A Moreninha limpou tudo direitinho, não deixou uma gota de porra. Soltei a Loira da cruz e seu corpo estava meio dormente, logo caiu ao chão e se abraçou amorosamente em Luisa. As duas estavam belas juntas. Beijaram-se um pouco cheio de dengos e afagos, para em seguida dormirem abraçadas. Eu apenas observei em pé, diante uma incredulidade aparente, apenas aparente. Decidi sair do quarto e voltar a sala, e fiquei estarrecido ao constatar que saí direto na cidade de Bolhas; as malditas Bolhas sociais. Estava sozinho ao meio um turbilhão inúteis de pessoas e bolhas. Sentia-me vivo no meio dos mortos. Andava pelas tortas ruas de um bairro qualquer, ao qual nunca tinha visto ou ido. Meus pés sentiam o peso do corpo com o dobro de força. Eram edifícios enormes, todos cinzas e decrépitos, ordenados por lojas em sua base. As bolhas traziam grupos pequenos de pessoas, e só se relacionavam entre elas. O suor começou a fazer meu pulmão transpirar em desespero, os joelhos fraquejaram e eu adoeci o semblante, estava pálido. As cores que me animavam foi esmorecendo e o branco me dominou. Ninguém notou. Na verdade ninguém notava nada. Havia outros atirados ao chão como eu, estavam maltrapilhos e fedendo. Também não tinham bolhas. Estas pessoas eram brancas, esquálidas e sem perspectivas. A feição morrera em algum ponto fixo do passado, ou um futuro que não se concretizou. Eu precisava resistir a isso. Tentei sorrir e um fio de lágrima desenha uma cena triste em meu rosto. Chorei copiosamente, e nem uma alma veio ao meu socorro. Ergui meu dorso estendendo as mãos aos céus, e as estrelas me sorriram diante a penumbra. Consegui arranjar forças sabe-se lá onde, talvez em crenças do subconsciente, a fé inabalável no infinito, não importa; eu estava de pé. Tentei ainda ajudar as pobres almas caídas, peguei pelo braço, ofereci a mão a outros, todavia não tinha jeito mesmo. Eram apenas carcaças. Não tinham bolhas e ninguém mais os viam. Basta estar vivo para se transformar a realidade; eles não acreditavam mais nisso. Estavam esperando o fim, enquanto eu esperava o começo de algo. O cinza que alimentava minhas veias agora some ao meio do caos rubro. Eu era eu novamente. Nada melhor do que ser você mesmo, não fazer parte de bolhas sociais. Tentei conversar com pessoas dentro de suas bolhas que me ignoraram solenemente. Determinadas bolhas interagem entre si, no entanto muito pouco. A maioria das pessoas que estão presentes, não estão ali, parecem não existir tal qual os caídos ao chão, elas simplesmente estão na bolha e são levadas aonde quer que a bolha vá; não possuem escolhas. Andam e riem sem sentido ao meio de um significado obtuso. A última coisa que veríamos ali era a graça. Estava aturdido por uma realidade cruel, inúmeros corpos caídos ou bolhas contendo duas pessoas perdidas ao caos de bolhas e bolhas com inúmeras pessoas zumbis. A expressão era não ter expressão. Decidi pular nas bolhas e explodi-las diante minha cólera, chutava e socava a entrada, mas a bolha repelia meus movimentos. Senti-me desnorteado pela falta de lucidez, achei que fosse desmaiar, ia vegetar pendente junto aos caídos da cidade. Já havia andado cinco quarteirões e decidi correr pelos prédios e cavernas do bairro. Pulava os caídos como obstáculos a serem vencidos. Estes olhavam pra mim incrédulos, até tentava ajudar alguns, mas logo se deixavam levar pela cinza melancolia e decaiam de novo lentamente, com o corpo mole e com a feição apática, os olhos embotados de agonia e aflição. Os caídos até se viam, observavam a tudo, mas também ignoravam as bolhas, assim tal qual eram ignorados. Continuei correndo impulsionado pelo rubro de minhas veias salientes. Minhas pernas sentiam o calor dos músculos trabalhando, a dor era prazerosa e ao mesmo tempo agonizante. O suor brotou e senti uma linha de transpiração esfriando minha pele efervescida. E quando todo meu corpo pedia pra eu parar, que o ar faltava em meu pulmão, as pernas fraquejavam diante a fadiga e junto ao suor que me cegava; foi quando corri mais e mais. Ao longe vi uma bolha gigantesca envolvendo um armazém, ela pulsava e preenchia a paisagem com sua forma grotesca e fascinante. Aumentei a velocidade junto a dor dos meus músculos. O fogo queimava e ardia minha consciência com o excesso de exercícios. Os transeuntes envoltos em bolhas passavam longe. Eles viam a bolha gigante do armazém, contudo não viam os caídos que se arrastavam pra lá. Outros corriam que nem eu, e ainda gritavam como se estivessem ausente do mundo, mas na verdade nunca estiveram tão presentes. Subitamente parei e voltei a caminhar. Suava bastante. Os pés estavam mais leves e a endorfina desenhou um sorriso em minha face. Havia homens e mulheres entrando armazém adentro, havia esperança em suas ações, a fisionomia ia ganhando forma a medida que se aproximavam da bolha grotesca. Lógico que muitos caídos não se aventuravam a se mexer, estes não tinham mais jeito, era esperar algum milagre ou o fim de tudo. Era um contra censo não ter bolha e correr desesperadamente pra uma enorme, ou poderia ser até compreensível; aqueles que não tem, procuram desesperadamente por uma. Dão o motivo de sua existência aos significados que o todo lhe dá, e não o sentido que almejam em suas almas, e neste caso, ficar sem uma bolha, é não se conhecer, não poder ter aspirações, é não ter alguém para se deixar levar. Os que faziam parte de alguma bolha ali perto, largavam tudo e corriam pro armazém, porém poucos tinham esta coragem. Comecei a caminhar em extrema cautela, havia um tumulto na entrada e saía alguma claridade da porta principal. A luz me cegou e tudo escureceu. E eu caminhava em uma estreita passagem. Meu coração voltou a disparar; ansiedade, curiosidade, felicidade, euforia, agonia, angústia, alegria, beleza, aflição, tormento, fortuna e sorte. Todos esses sentimentos me fizeram explodir o poder de se estar vivo. A iluminação era magnífica. Um número considerável de pessoas estava dispersa por toda parte. Esfrego meus olhos e tento enxergar melhor, tudo estava muito confuso. Sacudi a cabeça pra levantar todos os sentidos. Muitos pássaros voavam por todas as direções, circulavam no teto que parecia o infinito, as luzes brilhavam tal qual estrelas cadentes. Uma mulher vestindo botas longas até o joelho de couro preto, corset vermelho e luvas roxas, puxava um homem de quatro pela coleira. O homem estava trajando apenas uma malha transparente. Ainda de quatro, o Cara começa a lamber as botas de sua dona. Duas mulheres estavam se beijando perto de uma pedra ao longo do caminho. Parecia um grande festival de subversão imaginária. Estava em um grande espaço, onde o chão era terra e o céu límpido e infinito. Os pássaros continuavam a voar, e davam rasantes sobre nossas cabeças. Ninguém tinha uma bolha, as pessoas rondavam por cada esquina e tinham de todas naturezas. Dois sujeitos passaram por mim vestindo cada um uma máscara negra. Estavam sem camisa e de calça jeans apenas. Parei e olhei em círculos, rodei e rodei em busca de um campo perfeito de visão. O grupo que havia acabado de entrar seguia um fluxo de energia azul que conduzia pela galáctica. Não havia paredes, apenas morros e montanhas que se estendiam no ilimitado manto da crosta. Todo mundo seguia o fluxo, se uniam como insetos em busca de calor da luz. Estavam juntos, entretanto “não presos”. A afetividade aumentava a vivacidade humana de todos presentes. As estrelas continuavam cadentes, e a terra se fez rainha dos corações decaídos em seus frágeis temores. Começamos todos escalar a montanha que parecia não ter fim, os delicados dedos se tornaram fonte de uma força fenomenal, os pés seguiam o ritmo das mãos a cada alavancada do corpo. Mais uma vez o corpo era acionado e logo a transpiração inundou os poros de suor. A escalada parecia a eternidade. Sempre que se achava que chegaria ao topo, vinha mais e mais montanha de pedra. Os dedos começaram a sangrar, uns caiam, outros despencavam, mesmo assim os remanescentes continuavam a subir interminavelmente. Senti alguns pingos vindo do céu, estava começando a chuviscar. A água lavou nossas almas e nos deu mais força pra viagem. Cada respingo refletia um suspiro mais refrescante, deixava o corpo mais leve. Logo os pingos foram aumentando, o que era um se tornou três, e o três se tornava sete. Os dedos começavam a fraquejar, achava que iria cair. As pernas sangravam arranhadas pelas pedras. Nada podia me parar, os dedos fodidos, as pernas rasgadas e a chuva que aumentava a cada metro de montanha. Certo momento a água caía como cascata, muitos não resistiram e começaram a despencar montanha abaixo, iam rodopiando no ar e giravam batendo a cabeça pela montanha. Eu segurei como se meus dedos fossem aço. A dor aguda fez eu sentir a ponta da vida esfaqueando meu ser. Infelizmente não foi o suficiente, meus dedos cedem e eu começo a cair em uma velocidade violenta. Num último movimento desesperado, consigo me agarrar em um pássaro que voava ao meu lado. Seguro em suas patas, e o falcão voa, voa longe e forte, sempre pra cima. Pude constatar que estávamos escalando uma cachoeira, a água se dissipa antes de chegar ao chão, evapora no meio do caminho. A água da cachoeira vinha de uma abertura no meio da montanha, parecia uma caverna. Um dragão branco voa de repente saindo de dentro da abertura, porém ignora a todos solenemente e flutua em direção ao espaço. Muitos passaram pela queda d’água e agora chegavam no topo. Continuaram a seguir e começou a correr num susto. Eu ainda voava pelo céu que nos jurava o eterno. As estrelas somem e se torna um dia claro, e o sol que nasce, já inclemente por entre as montanhas, fulmina tudo em fogo. Acontece que este tempo era iluminado pelo sol e adornado pela lua ao seu lado, e mais planetas surgiam de uma penumbra qualquer do espaço; Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. Até a Galáxia de Andrômeda se via distante, porém presente. O Universo é o único verdadeiro poeta. A paisagem contornava sem limites o meu campo de visão. O que se mexia lá em baixo não podia ser humano, dava a impressão de que eram apenas seres microscópicos perdidos em algum tecido vivo. O falcão preparou e se soltou. Caía em velocidade máxima rumo ao chão. Senti o vento se chocar contra minha face estarrecida pela queda. Minhas bochechas se encheram de ar, enquanto a cara amassada urrou em euforia.
- PORRAAAAAAA!!!!! – ao me aproximar mais do chão, larguei das patas do falcão e rolei na terra aos pés do tumulto formado pelas pessoas que dominavam o topo. Rolei no chão com extrema habilidade, contudo não consegui evitar ralar algumas partes do corpo. Logo se formou um aglomerado de curiosos, mas muitos vieram em socorro. Uma mão pegou em meu braço e me ajudou a levantar, sacudi a cabeça pra espantar a tontura e bati na roupa pra tirar o excesso de poeira. Os olhos me observavam, não me senti julgado, afinal não havia muito que julgar. Eu ouvia vozes que não saiam de bocas, e vi coisas que pareciam fazer meus olhos mentirem. Não sabia onde estava, mas me sentia bem, o tumulto se dispersou e pude ver onde me encontrava. As fogueiras queimavam e liberavam as cinzas no vento. Parecia uma aldeia formada no cume da mais pura magia. No meio da aldeia passava um rio que corria ao contrário, e ao invés da cachoeira cair, ela subia ao céu e perdia-se de vista o seu fim. Contornando todas fogueiras, as misturas de gente dançavam e corriam em nome de alguma liberdade. Lançavam as mãos para cima, berrando e sacudindo o corpo numa alegria convincente, e poderia até despertar inveja nas almas mais infelizes. Sentia vir todo aquele calor, do fogo explodindo as cinzas, e o corpo explodindo em êxtase. Contaminava qualquer coisa que se mexia. O que mais atraía todos ali, era justamente este calor vindo da fogueira e de seus dançarinos. Corro para perto da dança ao redor do fogaréu e abasteço minha alma com a mais repleta satisfação. Uma manada de unicórnios surge no meio da concentração de pessoas, trazendo encanto e perplexidade. Vou de encontro a um unicórnio e pulo em sua garupa. Ele corre numa velocidade absurda em volta de todos, e foge em direção as águas do rio invertido. Subitamente somos levados pelas águas violentas, rodava no fundo pela força de sua correnteza sem deixar de observar o unicórnio se induzir em diversas novas formas. A água fazia meu corpo contorcer, como se algo brotasse de dentro do meu peito. Minhas mãos ardiam e se transformavam em algo inconcebível, não consegui distinguir o que podia ser. Virei meu pescoço com dificuldade em direção ao unicórnio, seu chifre caíra e o sangue brotou nas águas. Alguma coisa surgia em seu dorso. Estava difícil de enxergar em baixo d’água, a visão embaçava, apenas conseguia sentir meu corpo junto ao fluxo interminável. Subíamos junto com a correnteza. Abruptamente virou queda, não sei bem o que aconteceu, um turbilhão me girou e o que nos fazia subir nos soltou. Caio girando entre as pedras da montanha, batendo em outros indivíduos que tentavam chegar ao topo. Algo estranho aconteceu. Apesar de estar com um corpo extremamente maior, agora me sentia mais leve, meu corpo havia mudado. Tinha asas e podia voar. Metade de mim era cavalo junto a minha metade humana. Tornei-me um centauro alado. Mais uma vez gritava eufórico e decidi voar em direção ao sol. A luz me cegou e tudo escureceu. Abri os olhos com extrema dificuldade, podia ver e sentir o giro do mundo. Não existiu névoa neste sonho. Não podíamos dizer se foi sonho, pelo menos até acabar tudo e eu acordar de pau duro, entretanto assustado. O poder de nossas vidas. Sentia duas cabeças comprimindo meu peito. Luana e Luisa dormiam abraçadas ao meu corpo. Levantei-me calmamente sem acordá-las, e as deixei na cama. Elas se abraçaram e voltaram a dormir. Fui até minha poltrona e acendi um cachimbo dos bons. A fumaça densa renovava o que deveria ser uma névoa de um sonho louco. Levantei da poltrona e parei de frente pra cidade. Ela me encarava com um olhar cruel, e pude ver que ela ainda estava ali; a cidade das bolhas. Todos em bolhas perdidos e em um devaneio morto. Acabei me sentindo preso em um maldito aquário, e soltei mais uma densa névoa em um sonho louco; o poder de um sonho, é o poder de nossas vidas.