terça-feira, dezembro 05, 2006

Larica.


Querem dilacerar seus sonhos mais mesquinhos, e mesmo que o moinho seja tombado, hão de inventar uma máquina que lhe prenda a realidade cruel de uma criança que perdeu a arte de fantasiar. De que adianta viver sem a prazerosa arte das quimeras. De que adianta experimentar o que querem que experimentem? Vamos fumar todas as maneiras possíveis e inimaginárias de se superar, mesmo que seja apenas em nossos corações. E quanto mais imaginamos nosso crescimento estupendo, mais se aumenta à fome arrebatadora de todo nosso inconformismo. As mãos que forçam a entrada de uma porta trancada, tentam convulsivamente, ao mesmo tempo em que inutilmente, destrancá-la e espionar as seqüelas de um mundo doente. Não devemos forçar portas, tão pouco abrir a nova caixa de pandora habitada no computador. Trabalho é a palavra da existência humana, mesmo que sem sentido e escravizado. Devemos estar conscientes de que temos que abandonar nossas maiores aspirações para nos adequarmos ao materialismo que nos cercam, ao consumo que nos oprimem. As pessoas podem se sentir umas merdas por diferentes porras; pela sua classe social, pela sua condição física, pelo próprio capital, mas às vezes elas se sentem oprimidas pelo simples fato da outra pessoa existir. Tem puta medo do pensamento do estúpido semelhante a sua volta. De seu irmão como chama a igreja católica. Faz de tudo para não ser repudiado de um meio, mesmo que aquele meio não seja sua verdadeira pessoa. É insuportável perceber que somos tão semelhantes em nossa estupidez! Enquanto tragamos a vida trôpega em uma realidade avarenta, não usamos mais as quimeras pra crescermos, apenas como fuga da realidade, a inspiração não se torna mais uma aspiração, apenas uma dor aguda amarga no peito a ser desmembrada, desgarrada e abandonada por uma necessidade que não seja sua, e sim daquele irmão, ou nem mesmo deste puto. Quantas pessoas fogem atrás de máscaras escrotas em meios virtuais? Não que devamos parar de se colocar em lugar de terceiros, de se imaginar em outras épocas, mas a fantasia não deve parar apenas como fuga, e sim como algo a se concretizar. A verdade é que está na hora de usufruirmos a igualdade tão latente dita em todas as igrejas do mundo, em todas as formas de se chegar ao divino. Porque cu todo mundo tem. Vou cagar; cagar é divino.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adoro a sua "desconstrução"!!!!
Beijos

Anônimo disse...

Adoro "o" teu "Deus"!!!!
Beijos
Paulo